corrupção no Brasil at Blog Ayrton Marcondes

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Governo paralelo

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Afirma-se que o atual caso de corrupção no Brasil é o maior na história da humanidade. Deve mesmo ser. As cifras de desvios são de fato inacreditáveis.

Tanto que ao ouví-las corre-se o risco de tomá-las como peça de ficção. Aliás, não creio que nem o mais inventivo dramaturgo se arriscaria a escrever peça cujo enredo seria semelhante ao desdobramento da crise brasileira. O público provavelmente sairia do teatro antes do fim do primeiro ato: excesso de invenção, ficção exagerada?

Mas, infelizmente, eis ai um caso em que a realidade ultrapassa os moldes ficcionais. Depoimentos de conteúdo inacreditáveis deixam-nos estarrecidos. Para o homem comum cujas despesas mensais a custo são quitadas os números da ladroagem soam inacreditáveis. No exercício da ladroagem a unidade é o milhão.

Estabeleceu-se no país o culto pelo desvio de grandes dinheiros. Os atores desse crime não se locupletam com pouco. Por detrás dessa orgia criminosa funciona uma bem montada organização reguladora de todas as ações. Tão organizada que nos faz perguntar: afinal quem corrompe quem nesse mar de lama?

A impressão que fica é a de que a grande empreiteira comprou todo mundo. Inudando o meio político com haveres ilícitos pode executar manobras segundo seus interesses. Financiando campanhas eleitorais e dando dinheiro a rodo a importantes personagens da vida pública manteve-os sob controle. Tão alta a hieraquia dos políticos mancomunados com a empreiteira que não é demais falar-se em governo paralelo. A empreiteira fez-se governo.

Por outro lado há que se considerar a atuação dos políticos envolvidos ao exigir sempre mais da empreiteira. A via de mão dupla resultou no desvio de milhões compartilhados através do pagamento de propinas.

Ficam as imagens dos diretores e funcionários da empreiteira em suas delações. Entram em nossas casas exposições claras dos mecanismos de corrupção sempre ditas com enorme naturalidade. Desnuda-se um mundo de falcatruas. Pouco importa se as montanhas de dinheiro público roubados serviriam para melhorar a vida de milhões de brasileiros. A todos eles o que importa é apenas o grande jogo, doa a quem doer.

Negando sempre

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Certa ocasião meu pai contratou um sujeito para ajudá-lo em seu pequeno negócio. Era um homem cortês, aplicado, recém-saído do presídio onde ficara por dois anos. O crime que resultara na prisão: roubo. Mas, emendara-se – dizia. Tonara-se crente na prisão, respeitava a Deus e ao próximo. Vida de criminoso nunca mais.

Naquela época não existiam computadores e o movimento diário era lançado num caderno ao fim do dia. Melhor dizendo: lançava-se o “fiado” porque muitos fregueses deixavam para pagar depois o que levavam. O dinheiro que entrava meu pai guardava numa gaveta que permanecia aberta durante o dia e trancada à noite.

Certo dia de maior movimento as idas e vindas à gaveta para fazer troco fizeram com que ela ficasse aberta com notas e moedas expostas. Em dado momento o empregado aproximou-se da gaveta e, naquele momento, surgiu um outro homem à minha frente. Jamais me esquecerei da transformação que se operou na face daquele homem a dar com o dinheiro. Sua face iluminou-se, seus olhos adquiriram súbito brilho, nos lábios plasmou-se estranho sorriso. Revelava-se o ladrão, talvez sua verdadeira natureza.

Lembrei-me desse fato hoje de manhã ao mais uma vez ler nos jornais a incrível sucessão de delações e negativas envolvendo pessoas que militam nas altas cúpulas do país. A cada dia surgem nomes de pessoas consideradas acima de qualquer suspeita acusadas de receberem propinas. Dia após dia a Operação lava jato traz à luz uma inimaginável rede de corrupção que nos leva a perguntar se de fato existem pessoas honestas por aí. Obviamente todos negam. Ninguém sabe de nada, não é comigo, trata-se de mentira, nunca me envolvi nesse tipo de coisa, não conheço as pessoas, a delação é mentirosa e feita para redução de pena, etc.

Há dúzias de casos. Hoje mesmo divulga-se que um dos envolvidos no comércio de propinas está processando um banco do qual roubou-se o equivalente a 7 mi de reais, dinheiro de propina. Esse dinheirão estava guardado num cofre particular do banco. Aconteceu de o banco ser assaltado e os cofres particulares serem roubados. E lá se foi a grana da propina, dinheiro roubado repassado no crime. Agora o banco alega que nada tem a pagar ao dono do cofre porque o dinheiro que lá estava não fora declarado. E o banco já venceu a ação em primeira instância.

Presidentes, ex-presidentes, governadores, senadores, deputados, prefeitos, vereadores, policias, grandes empresários, a lista de acusados nas delações é enorme. Obviamente, todos negam. A regra daqui para frente parece ser: “negando sempre”.

Mentira e verdade

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É conhecido o caso da mulher que traiu o marido. O tal, apaixonado por ela, dispôs-se a perdoá-la: era mesmo louco pela mulher. Em vão. Passado tempo ela foi viver com o amante. Mais tarde o marido apaixonado acertou-se com outra mulher. Caso encerrado? Não! A traidora tinha vasto círculo de amizades. Precisava explicar-se às amigas porque não queria se passar por uma safada qualquer. Então passou a dar a sua versão da história: fora traída, humilhada por ele. Vivera o inferno do abandono. Suportara a situação por maos i de um ano. Terminada  a relação conhecerã o sujeito com o qual agora vivia. Ele a ajudara a reerguer-se. Ainda guardava mágoa do antigo companheiro, mas não desejava a ele o pior. Que fosse feliz, já não se importava.

A mulher que traiu o marido tanto repetiu a sua versão dos fatos que acabou acreditando nela. Apagou a verdade, transformou a mentira em verdade e talvez resistisse a um detector de mentiras caso se submetesse a ele.

Acontece a muita gente. Elege-se uma versão dos fatos, repete-se à exaustão até tomá-la como real. A partir daí nem mesmo o contato com a realidade pode surtir uma reviravolta na inabalável crença de estar-se do lado da verdade.

Os jornais repetem, diariamente, o estranhamento diante das afirmações do ex-presidente Lula de que nunca soube sobre o mensalão e o petrolão. Em nenhum momento de seus oito anos de governo o ex-presidente participou da indicação de nomes de pessoas hoje envolvidas em escândalos. Sua atuação, segundo declara, teria sido apenas a de concordância ou não com as escolhas apresentadas a ele por seus acessores.

Há quem escreva que Lula nem fica vermelho após fazer tais afirmações. Não seria o ex-presidente um desses casos em que a repetição de uma versão falsa transforma-se na convicção de estar dizendo a verdade?

Tristes dias

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Um país atônico assiste aos lances da queda de braço entre o governo federal e o presidente da Câmara dos Deputados. A troca de acusações nos mais altos redutos políticos do país espanta, incomoda, atordoa. Quem são essas pessoas que parecem jogar cartas, colocando em jogo o destino e milhões de pessoas? Que direito têm elas de colocar seus interesses pessoais acima do interesse comum?

Enquanto isso a depressão se aprofunda. Ninguém tem estímulo - ou coragem - para arriscar-se em investimentos. As recentes classes emergentes retornam às posições originais encerrados os sonhos de consumo. O comércio retrai. Os empregos desaparecem. A pobreza se escancara. Mas, o que mesmo importa aos ocupantes dos mais altos cargos da República é vencer suas disputas, superar as ameaças que pairam sobre suas cabeças.

Tristes dias esses nos quais nada resta para se acreditar. Tristes dias nos quais o descrédito em relação à classe política é quase total. Tristes dias nos quais o gigante adormecido sofre ainda mais pela anestesia imposta aos seus movimentos.

O “Brasil mostra a sua cara” da música está sem face. O mundo nos olha como a um paciente de doença grave determinada pela corrupção e falsidades sem fim.

Tristes dias nos quais nem dá vontade de sair da cama.

Confesso: amo o Brasil

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Nesses dias de imensa turbulência e desencanto ouço falar sobre gente que se prepara para sair do país. Um conhecido gritou: chega! O cara está fulo da vida porque seu negócio emperra, a tributação é exagerada, o dólar dispara e ninguém sabe como será o amanhã. A dívida dele é em dólares e já teme não pagar os fornecedores no exterior. Além do que a receita diminui dada a retração da economia. Pois esse conhecido tem as suas reservas, pode-se dizer que está bem de vida, daí que está de malas prontas para viver em Miami com a família.

Há quem sonhe em cair fora, mas simplesmente não tem como. Vejo gente trabalhando sem vontade, sem estímulo para fazer as coisas com empenho porque o dinheiro do começo do mês nem dá para tapar o buraco deixado no mês anterior. Além do que os juros bancários estão altos demais, desproporcionais aos vencimentos. Dívidas atrasadas em bancos implementam-se com juros sobre juros e daqui a pouco a dívida se torna estratosférica.

Nos jornais leem-se diariamente tentativas de explicar a revolta do povo que recentemente saiu às ruas para protestar contra o governo. Falam e falam, mas todo mundo sabe que o problema está nos bolsos cada vez mais vazios. Descontos são infalíveis nos holerites, mas o governo que arrecada nem de longe cumpre a parte dele que é a de devolver bons serviços e segurança à população.

Cada brasileiro leva na alma, hoje em dia, o peso de viver num pais onde tudo parece ter sido contaminado pela corrupção. É bem o caso do que se diz nas ruas: esses caras roubam bilhões e querem que nós paguemos a conta. De fato é sobre o povo que recaem as dificuldades dos ajustes econômicos, da reforma tributária etc. Vive-se sob o império da propina, palavra que passa a fazer parte do cotidiano de forma arrasadora. É de se ver a naturalidade como bandidos que optam pela tal delação premiada relatam manobras envolvendo milhões de reais. Falam como se desviar dinheiro fosse a coisa mais natural do mundo. E a turma na rua comendo o pão que o diabo amassou, dando duro em troca de uns míseros reais.

Pelo que a gente se pergunta se a humanidade chegará algum dia a descobrir um sistema político realmente eficaz ou que pelo menos se aproxime disso. Socialismo, liberalismo, comunismo, democracia, presidencialismo, parlamentarismo, ditaduras etc não passam de sistemas que, na prática, não funcionam direito. Além do que, convenhamos, a tal igualde social é meta que nunca será atingida pelo menos nesse mundo.

Pois é. A afirmação de que o homem é um animal político não tem logrado maior sorte por aqui dada a conhecida precariedade da classe política em atividade. No momento o Legislativo encosta na parede o Executivo cujas forças se exaurem dia-a-dia. Ninguém sabe no que isso vai dar. No exterior olha-se o Brasil como país das negociatas. A Petrobrás afunda-se a olhos vistos encampada que foi pela corrupção. Outro dia perguntaram a uma jornalista que pedido faria caso pudesse. Ela respondeu: que devolvam a Petrobrás ao Brasil.

Daí que me vi perguntando se, caso pudesse, sairia do Brasil. Rapaz, não posso. Eu não conseguiria viver noutro lugar do mundo, morreria de saudades da minha querida terra, onde nasci e quero morrer. Já passei uns tempinhos no exterior, tudo muito bonito, direitinho, mas não dá. O fato é que pertenço a essa confusão. Adoro esse Oiapoque ao Chuí, essa nação continental, esse povo mestiço. Os batuques me empolgam, o frevo me emociona, o carnaval nem se diz. O clima pavorosamente tropical é um bálsamo quando penso naqueles montanhas de neve nas ruas e verões curtos do hemisfério norte. Que dizer da natureza deslumbrante, da vida animal, dos rios, das florestas e - por que não - das nossas cidades?

Vivendo no exterior eu não passaria de um exilado de minha parte. Lembro-me sempre do sofrimento do Juscelino, apartado de sua terra, desesperado. De outros exilados também.

Então me cabe confessar que de fato amo o Brasil. Daqui não saio, daqui ninguém me tira.

Quem quer pode…

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… quem não quer manda. Se nenhuma das duas hipóteses servir ao problema em questão, o jeito é …

Não sei quanto a você, mas já me aproximo da saturação nesse imenso rolo político, econômico e social que estarrece a pátria verde-amarela. Nenhuma solução à vista. Ninguém diz algo que realmente encaminhe o imbróglio para os lados da solução. Cada um tem a sua verdade e a verdade de cada um parece não servir aos outros. Afora a teia de mentiras, negações, corrupção inimaginável, descalabro político e falta de governança.

Fala o Brasil: onde foi que eu errei? Não terei entregado o meu vasto território a um povo que não o mereceria? Será que o meu pecado vem das origens, desde o descobrimento? Aquele Cabral que me deflorou era mesmo o cara certo?

Ninguém sabe. Na reunião anual das terras do mundo o Brasil se vê em maus lençóis. Não tem como se explicar. Chega a ouvir gracinhas de minúsculas terras africanas que aproveitam a desgraça alheia para se vangloriarem. Terra por terra o Brasil está em desvantagem. Coisa intolerável para um território quase continental.

Nós que andamos sobre esta terra, nós que a pisamos não temos feito a nossa parte. Pois o que hoje está em falta no país é aquele tal de estadista. Estadista! O tal sujeito que quando quer pode, quando não quer sabe mandar. O tal sujeito com olhos que veem léguas adiante e sabe muito bem o que quer.

A crise do Brasil só se resolve tendo à frente um verdadeiro estadista.

Navio sem comando naufraga na primeira tempestade.

Buraco sem fundo

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Deus é brasileiro, não duvide, mas o mundo é grande e talvez Ele ande cansado de acompanhar tudo o que acontece com o país. Tanto que não tem chamado às falas seu subordinado, São Pedro, que anda meio distraído na sua função de controlar o regime de chuvas. Que Ele me perdoe mas, também, não tem reparado nos homens e seus estranhos feitos, alguns deles intoleráveis.

E, assim, la nave va. E vai descontrolada, desavisada, navegando em águas revoltas, confiante na sorte tantas vezes madrasta, ignorando o perigo de uma enorme catástrofe porque, afinal, esse não é o destino do Brasil cujo futuro grandioso foi escrito no início dos tempos. Naquela tábua onde se escreveu o começo e o fim do mundo estaria escrito que depois dos hum mil e quinhentos anos DC seria descoberto um grande país que um dia seria a maior potência do mundo, com rios de mel e tal abundância que todos que nele viveriam seriam felizes, eternamente felizes.

De modo que a turbulência atual nada mais é que passageira. A dívida interna de R$3 trilhões, o descalabro na Petrobrás, a inflação, a diminuição da arrecadação federal, a desaceleração da economia, o sufoco da indústria, a corrupção, o aumento dos juros, os apagões e até a falta de água nada mais são que acidentes de percurso porque a grande nave chamada Brasil é indestrutível.

Enquanto isso a cada dia as notícias pioram. O buraco sem fundo da corrupção da Petrodrás a cada dia mais se aprofunda a ponto de ser impossível saber-se o montante do desvio, agora orçado em mais de 80 bilhões, mas pode ser mais, muito mais.

Nós, os brasileiros? Ora, naturalmente estamos com medo. Viajando em noite de tempestade num barco ao sabor da ira marítima, como queriam que estivéssemos?

O diabo nessa história é navegarmos numa nave sem comando, sujeita às decisões de momento, em geral tomadas até sem muito sentido.

Feliz 2015.

O resgate da confiança

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Do que fala é sobre a necessidade do restabelecimento da confiança. Confiança no país, naturalmente. Confiança no governo. Confiança na classe política. Confiança no Judiciário. Confiança nos homens. Confiança em Deus que, afinal, é brasileiro e não vai nos faltar nessa hora.

Pois é. Você que acaba de abrir seus presentes de natal, você que está em tempos da mellhor boavontade do mundo, você aí, você mesmo, você acha que dá para confiar em alguma coisa?

Então? Refletiu? Está preparado para dar o seu voto de confiança a essa turma toda que já se mostrou capaz das maiores safadezas?

Confesso que de minha parte não consigo entrar nesse time da confiança. Nem no daqueles que esperam que o Brasil tome juízo. Rapaz, ando bem chateado. Como acreditar que, da noite para o dia, a turma dos que mandam vai se regenerar, erguer a cabeça, confessar-se e adotar um novo tipo de conduta?

O problema é que confiança não se restabelece por milagre. Não existe por aí uma fadinha do bem que agite a sua varinha e tudo se transforme em boas coisas, inclusive o caráter das pessoas.

Não confio no resgate da confiança porque para acontecer será necessária a mudança de caráter da gente que manda. Para dizer sinceramente talvez isso venha a ser possível daqui a umas três gerações. Talvez então exista um claro retrospecto da corrupção do passado e suas consequências. Cientes de um tipo de erro que não poderá se repetir os homens do futuro, os novos brasileiros, refletirão. Mas, aí será um novo Brasil que eu não chegarei a ver. Acho que nem você.

A prisão dos condenados

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A prisão dos condenados do mensalão está dando o que falar. Não mais que derrepente o ministro Joaquim Barbosa expediu ordens de prisão para os condenados. Tapa na boca dos arautos que cornetavam que essa coisa toda ia acabar em pizza. Aliás, bom que se diga que a palavra pizza - o correto é escrever píteça - vai virando sinônimo de Brasil.

Segundo os entendidos o esquema montado por PC Farias não passava de brincadeira perto do caso do mensalão. Color perdeu a presidência por conta das acusações de corrupção em seu governo; PC Farias apareceu morto junto com a mulher, sendo que ainda hoje se distute se ele foi assassinado ou não. Mas, passado não move futuro.Ou move?

Calaram fundo na alma popular as denúncias feitas pelo então Procurador Geral da República Roberto Gurgel. Ele disse que o mensalão foi o maior caso de corrupção na história do país. Em assim sendo a prisão dos condenados era esperada e deveria mesmo ser realizada.

Ficam no ar as imagens de condenados no momento em que se entregaram à Polícia Federal. José Genoino declarou considerar-se preso político. Seu partido emitiu nota sobre o julgamento político de seus membros. Mas…

Para o cidadão comum que não tem acesso aos meandros políticos e jurídicos do caso existem algumas dúvidas que incomodam. Deixando de lado as paixões e partidarismos - na medida do possível - fica mais difícil acreditar na inocência que na culpa. Decorre a afirmação anterior da impossibilidade de se acreditar que se tenham passado oito anos entre denúncias, acusações e defesas tudo não passando de uma grande armação para punir inocentes perseguidos politicamente. No caso do mensalão não ter existido há que se rever a estrutura judiciária do país, inclusive o próprio STF que teria sido enganado por manobras engendradas por hábeis mistificadores.

Como diria o primo pobre:quem sou eu primo para meter a colher num caso de tamanha envergadura. Posso, sim, dizer que me pareceram teatrais demais aquelas cenas do Genoino entregando-se à polícia. Pousou de vítima, gritou vivas ao seu partido e foi em frente como um carrneiro seguindo para o sacrfício. Ainda que venha de fato a ser inocente não era para tanto.

Corrupção forever

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Quando você se declara cansado de receber notícias sobre corrupção, quando você se ilude pensando que os corruptos darão um tempo porque existem punições à vista, então você fica boquiaberto por ser obrigado a reconhecer que as tramoias seguem soltas no país.

Não é impressão, não é palpite, trata-se de fato: em grande parte dos organismos que cuidam dos bens públicos existe corrupção. Se analisados com cuidado, se passados a pente fino, dificilmente não se deixará de encontrar algum desvio, favorecimento ou seja lá o que for de ilegal.

O caso da hora é a chamada Operação Porto Seguro que envolve, nada mais, nada menos, que a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo. Indiciada por corrupção tinha ela relações diretas com membros do alto escalão da República. A Operação Porto Seguro trouxe à luz uma rede de pareceres fabricados sob encomenda, todos produzidos pelo escritório da Presidência da República em São Paulo.

Diante de fato tão escabroso o governo agiu rápido, acionando a guilhotina usada para banir companheiros que são descobertos com a mão na massa. Mas é preciso dizes que a chefa demitida, Rose, não é qualquer uma: fez inúmeras viagens ao exterior com o ex-presdiente Lula e trabalhou durante vários anos com José Dirceu.

Está em andamento um movimento de repúdio ao STF pela condenação dos réus acusados no processo do mensalão. Condenados se colocam como injustiçados sob a alegação de que o julgamento obedeceu a interesses puramente políticos.

Do lado de cá ficamos nós, os espectadores de tudo isso a quem no máximo é dada a possibilidade de rejeição através de voto por ocasião de eleições.  O que há a se fazer é torcer para que a corrupção venha a ser banida no país, isso em respeito aos cidadãos brasileiros que trabalham e alimentam a sempre faminta viúva que come muito através de impostos.

Mas fica a pergunta: corrupção forever?