2009 fevereiro at Blog Ayrton Marcondes

Arquivo para fevereiro, 2009

Euclides da Cunha - I

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euclides_da_cunhaAgosto será o mês do centenário da morte de Euclides da Cunha, o grande escritor de Os Sertões. A data certamente despertará novas revisões sobre a obra de Euclides e sua vida, considerada trágica por alguns de seus biógrafos.

Os iniciados em Euclides certamente retornarão a Os Sertões, livro cujo assunto é a Guerra de Canudos mas no qual o escritor faz lúcido estudo sobre o Brasil. Graças a esse estudo Euclides faz parte de seleto grupo de escritores conhecidos como Intérpretes do Brasil entre os quais figuram nomes como  Sérgio Buarque de Holanda, Oliveira Viana,Caio Prado Jr., Gilberto Freyre e alguns outros.

Entretanto, situar Euclides da Cunha apenas como um dos intérpretes do Brasil é reduzir a grandiosidade de sua obra sobre a qual  teceremos comentários em outras ocasiões. Por ora, o que nos move é aproveitar a oportunidade para convidar os não iniciados na obra euclideana a um mergulho em Os Sertões. Para os interessados na biografia do escritor, recomendamos o livro “História e Interpretações de Os Sertões” de autoria de  Olimpio de Sousa Andrade. Trata-se de vasto estudo sobre Os Sertões no qual o biógrafo destaca a trajetória de Euclides da Cunha  e seu empenho para produzir aquele que é por muitos considerado um dos maiores livros - senão o maior - escritos em língua portuguesa.

Escrito por Ayrton Marcondes

27 fevereiro, 2009 às 4:32 pm

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Postado em Cotidiano, Literatura

Mares subindo

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inundacaoEstudos recentes demonstram que, se nada for feito, o nível dos mares terá subido1,80 m, em 2100. Vozes mais dramáticas falam em elevação de vários metros.

O mecanismo do possível desastre todo mundo conhece: poluição, introdução excessiva de gases indesejáveis na atmosfera, elevação da temperatura global (efeito estufa), degelo das calotas polares e consequente elevação do nível dos mares.

Os jornais anunciam que representantes de vários governos visitam uma estação norueguesa na Antártida. A idéia é mostrar situação das geleiras e tentar evitar o fracasso da cúpula do clima marcada para dezembro em Copenhague.

Mas se o assunto são os mares, não é só isso. A poluição dos oceanos aumenta a cada dia. O resultado é a formação de extensas “zonas mortas” nas águas marinhas. O que são “zonas mortas”? São regiões extensas onde o acúmulo de poluentes reduz a quantidade de oxigênio da água (hipóxia) impedindo a vida.

Notícias como essas são lidas nos jornais e em geral passamos por elas como se nada tivéssemos com o que está acontecendo. Para começar, 2100 está muito longe e não estaremos vivos para ver as consequências. Quando ouvimos alguém dizer que as populações das regiões litorâneas afetadas pela elevação do nível da água terão que migrar para outros lugares e que isso poderá gerar grandes conflitos, ignoramos essa afirmação que mais parece ficção.

No fim fica a impressão de que somos impotentes diante de problemas tão grandes e que nada podemos fazer. Que posso eu contra o degelo das calotas palares e as extensas áreas marinhas onde não existe vida? Os culpados são as fábricas que poluem o ambiente, o consumo exagerado de petróleo nos países ricos, as queimadas inconsequentes de áreas verdes, o desmatamento da Amazonia e por aí afora. Vai daí que com tantos culpados sentimo-nos livres para poluir: não selecionamos o lixo, jogamos dejetos em praias, abusamos do uso dos plásticos, os escapamentos dos nossos carros…

Não sei quantificar a melhora que teríamos nas condições ambientais caso cada um de nós fizesse a sua parte mas certamente os resultados seriam muito animadores. Que tal tentar?

Não tenho procuração para falar pelo ambiente mas suponho que ele ficará muito grato pela sua cooperação.

Escrito por Ayrton Marcondes

24 fevereiro, 2009 às 10:12 am

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Postado em Biologia, Cotidiano

Carnaval

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CarnavalAgora exigem que o carnaval seja carnaval de verdade.  Um articulista escreve que o que se vê por aí hoje em dia não é carnaval, que a música tocada não é samba. Um sociólogo passa por cima de definições afirmando que só no carnaval, durante a alegria coletiva, o brasileiro é de fato brasileiro. Uma especialista diz que o carnaval de São Paulo descaracterizou-se  ao copiar o do Rio de Janeiro.

O carnaval está na berlinda. A alegria também. Creio ser hora de fazer uma enquete, ouvir a voz dos foliões. Só foliões de verdade podem opinar sobre o carnaval, os desfiles, as mulheres quase nuas - ou nuas - e tudo o mais. Os foliões darão o veredito.

Eu? Ah, acho que tudo é uma questão de ocasião. Cada coração ama um certo tipo de carnaval em que… O verdadeiro carnaval, assim como a verdadeira alegria, depende das circunstâncias. Pois digo que existem até carnavais em circunstâncias desfavoráveis nos quais  de repente a sorte vira. Aí podem tocar samba ou qualquer música que, não adianta, tudo vira carnaval e muita saudade depois.

Escrito por Ayrton Marcondes

23 fevereiro, 2009 às 10:10 am

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Postado em Cotidiano

Os dinheiros da Copa

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moneyEstá no noticiário: segundo relatório entregue ao presidente Lula pelos presidentes da FIFA e da CBF, os gastos previstos para a realização da Copa de 2014, no Brasil, são da ordem de 35 bilhões de reais.  Esse custo é igual a duas vezes o orçamento anual do governo com a Educação do país.

Absurdo? Pois é. A mídia faz o seu papel dizendo que num país onde existe pobreza e falta infra-estrutura em vários setores esse gasto é não só superfluo como injustificável. Não há como negar razão a quem raciocina desse modo. Entretanto, existem outros meios de analisar a questão. Compreendi isso assistindo a um noticiário na televisão. Acontece que a FIFA não abre mão da região do Pantanal para sediar a Copa. Diante desse fato, imediatamente as cidades de Campo Grande e Cuiabá se candidataram havendo mobilização da população.

Não se pode negar, ser uma das sedes da Copa do Mundo é motivo de orgulho para a população. Isso nos faz pensar sobre o preço a pagar pela alegria, a satisfação e a paixão pelo futebol. A vida passa e a história da Copa fica. Os que viverão a Copa de 2014 terão em seus currículos a história de momentos inesquecíveis, de pausa na dura rotina de suas vidas.

Analisando os dois lados e acrescentando pitadas de movimento e lucro nos comércios locais mais a projeção mundial por sediar a Copa, fica a pergunta: é certo gastar os tais 35 bilhões?

Escrito por Ayrton Marcondes

4 fevereiro, 2009 às 1:17 pm

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Postado em Cotidiano