2013 setembro at Blog Ayrton Marcondes

Arquivo para setembro, 2013

Espionagem

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Li “1984” na década de 70. Cursos superiores que conferem profissões ligadas à ciência podem roubar tampo a leitura de obras que não sejam do ramo. Tal era a aplicação exigida ao estudo de matérias específicas que, por algum tempo, reduzi as minhas leituras de romances, ensaios etc. Mas, foi em meio a isso que li o livro de George Orwell. Dele guardei a aterrorizante - na época para mim improvável - visão de um mundo no qual as pessoas fossem vigiadas por um governo autoritário capaz de restringir de todo as liberdades individuais. Aprendi com Orwell que “a pior coisa do mundo” não é um mal universal porque ligada aos medos individuais. Surpreendeu-me o fato do torturador enfim dizer ao torturado que na verdade não importavam suas ações: o que realmente importava e era inaceitável era o fato de alguém pensar diferente, fora do sistema.

Ao longo dos anos li artigos de pessoas que consideravam “1984” livro menor. Às vésperas do ano de 1984 falava-se que a previsão de Orwell não se concretizara. Vivia-se em plena Guerra Fria com redes de espionagem em ação, mas controle individual disso nãose tinha notícia.

Agora se fica sabendo que o governo dos EUA espiona não só outros governos, como empresas e até e-mails particulares. O Big Brother de Orwell escancara sua face e modos de ação. A própria presidente da República do Brasil é espionada; empresas como a Petrobrás têm seus registros vigiados pelos EUA. E o governo dos EUA explica tudo isso através da surrada história de que é preciso conter o terrorismo e cuidar da segurança do mundo.

George Orwell escreveu seu livro nos anos imediatos ao término da Segunda Guerra Mundial. O mundo que inventou ficcionalmente converteu-se numa realidade que ninguém sabe como controlar. O império da transferência de dados nos leva a pensar se não será possível que outras ficções se tornem reais como, por exemplo, o mundo vir a ser controlado pelas máquinas, escravizando os seres humanos.

Resta aos governos protestar. O governo do Brasil protesta, embora se saiba que a espionagem nunca terá fim.

Águas de março

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Enquete promovida pela em Rádio Eldorado em parceria com “O Estado de São Paulo” premiou a música “Águas de Março”, de Tom Jobim, como “o maior clássico da música brasileira”.  Embora a primeira gravação de “Águas de Março” seja de 1972, cantada por Tom Jobim, a que correu o mundo foi a de 1974 na qual Tom faz dueto com Elis Regina. Para quem ouviu, mas não viu, existe vídeo, no You Tube, com a dupla Tom e Elis cantando.

Não sei dizer quantas vezes já ouvi Tom e Elis cantando “Águas de Março”. O crítico de jazz norte-americano Leonard Feather considera esta uma das dez maiores gravações de todos os tempos. Não é por acaso: trata-se de momento no qual dois grandes nomes da música brasileira se entregam dentro de uma sintonia realmente sublime. A voz poderosa e encantadora de Elis completa-se com a de Tom, emocionando-nos com a execução de uma música maravilhosa. “Águas de Março” é dessas músicas que não cansam. Os anos passam e a cada vez que a ouvimos somos encantados por ela, observando detalhes que antes nos haviam escapado. Há sempre uma novidade a ser descoberta em “Águas de Março” escolhida na enquete para figurar como maior clássico da música brasileira.

Entretanto, a escolha não deve ter sido fácil e pode-se supor que se repetida em outra ocasião talvez o resultado não se repita. Acontece que a música popular brasileira é prodiga em criações de grande musicalidade e beleza. Basta lembrar que na mesma enquete o segundo lugar pertenceu a “Aquarela do Brasil” enormíssima música do não menos enorme Ari Barroso, o terceiro a “Construção” de Chico Buarque, o quarto a “Asa Branca” de Luiz Gonzaga e o quinto “Carinhoso” de Pixinguinha e João de Barro.

Se corrermos os olhos na lista das cinquenta escolhidas como melhores muitas vezes nos depararemos com músicas que nos levarão a perguntar por que, afinal , não se classificaram no topo. Que tal “Brasileirinho” de Waldir Azevedo e Pereira Costa que ocupa o décimo-quarto lugar? Grande música essa tocada no cavaquinho, exigindo virtuosismo do executante. Lembro-me que ali pelo final dos anos 70 eu costumava ir a um bar no bairro da Bela Vista, em São Paulo, onde um senhor de alguma idade arrancava sons do diabo ao cavaquinho. Seguia ele noite adentro até que alguém pedia que tocasse “Brasileirinho”. Então começava a primeira de uma série de pelo menos cinco repetições, dado  que as pessoas presentes pediam bis, bis do bis e assim por diante.

A lista com os nomes das cinquenta provova nostalgia dado despertar lembranças do tempo em que curtíamos essa ou a aquela música.  “Desafinado”, “Manhã de Carnaval”, “Ronda”, “Tico-Tico no Fubá”, “O bêbado e o equilibrista”, “ As rosas não falam’… quem resiste a isso tudo?

A vida passa e as grandes músicas permanecem bem como a lembrança de seus compositores. A esses grandes nomes que nos legaram tantos momentos de alegria só nos resta aplaudi-los e reverenciá-los..

O chamado da guerra

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Sempre vi com maus olhos as batalhas travadas em filmes no cinema. Lembro-me bem do filme “El Cid”, estrelado por Charlton Heston, no qual o herói espanhol El Cid consegue reunir católicos e mouros para combater um inimigo comum. A trama se passa no século XI e veem-se na tela batalhas ferozes nas quais espadas com lâminas afiadas roubam a vida de inúmeros combatentes. Finais de batalhas e campos cobertos de cadáveres ensanguentados fazem parte de inúmeros filmes que tratam de conflitos inconciliáveis entre povos adversários.

Cenas de batalhas nos fazem pensar sobre porque os homens se matam. Situações inesperadas servem muitas vezes como estopim para a geração de guerras intermináveis. Nos últimos anos o Oriente Médio tem sido palco de conflitos decorrentes da falência de discursos que propiciariam um mínimo de entendimento. A partir daí governos, rebeldes, extremistas, terroristas, fanáticos religiosos e facções com interesses variados se engajam em lutas para as quais parece não haver esperança de conciliação. Perde-se o fio da meada, nenhum entendimento se torna possível e o mundo passa a assistir a cenas de horror crescente sem que se saiba como colocar ponto final nas ações.

De todo modo quem paga a conta é a população civil em meio à qual as mortes são crescentes. Acontece agora na Síria onde a luta entre o governo do ditador Assad e os rebeldes se desenrola há mais de dois anos. Tamanhas são as atrocidades praticadas por ambos os lados que se enfrentam que na verdade não se sabe como colocar fim ao conflito. Trata-se de uma guerra que há muito passou do ponto, estendendo-se demais e ameaçando até mesmo espalhar-se pelos países vizinhos. A recente comprovação do uso de armas químicas, ocasionando a morte de grande número de crianças revoltou o mundo e pede-se que algo de concreto seja feito. É preciso punir o ditador sírio, evitar que a tragédia continue, mas como?

O presidente dos EUA solicita ao Congresso de seu país permissão para atacar a Síria , mas enfrenta resistência. No Reino Unido o primeiro-ministro não obtém autorização para agir na Síria. O Irã prepara-se para ajudar a Síria em caso de ataque, prometendo atacar áreas de interesses norte-americanos. A Rússia não concorda com a invasão da Síria. Estabelece-se uma Babel enquanto cidades sírias são transformadas em escombros e milhares de pessoas pagam com suas vidas o seguimento da guerra.

Interesses políticos, econômicos, religiosos e de toda ordem gravitam em torno do ódio que se alastra e tira dos homens a capacidade de ouvir apelos de paz. Há algo de muito grave por acontecer no horizonte e teme-se pela extensão dos possíveis reflexos e estragos. De tal ordem é o perigo iminente que mesmo do outro lado do mundo, distantes do foco onde o incêndio  se avoluma, teme-se pela eclosão de uma guerra ainda maior, envolvendo potências que vivem às turras porque esse modo de ser parece justificar a razão de existir dos governos.

Não há como conter a sensação de horror provocada pela visão de inúmeros corpos de crianças, estendidos lado a lado no chão, mortas que foram ao aspirar gases venenosos.

O devorador de testículos

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A simples menção a “devorador de testículos” causa calafrios. Trata-se de região do corpo extremamente sensível tanto que o popular “chute no saco” é bastante temido. Esportistas usam proteções para os testículos, ainda assim não é raro ver-se um jogador curvar-se de dor ao ser atingido por outro da equipe adversária. A sensação de dor é seguida por grande desconforto, havendo quem até vomite dependendo da força do impacto.

“Devorador de testículos” é o “pacu”, peixe encontrado nas águas da Amazônia e do Pantanal. Aparentando com a piranha o pacu tem dentes ameaçadores, podendo-se imaginar o que seria o resultado de sua mordida. Entretanto, ao contrário das piranhas o pacu é um peixe mais dócil e de costume não ataca os humanos. De costume porque caso esteja faminto tudo pode acontecer.

Mas, por que o pacu é chamado de “devorador de testículos”? Explica-se que existe o perigo desse peixe, quando faminto, vir a confundir os testículos de alguém com amêndoas. Nesse caso a mordida seria inevitável e nem pensar nas consequências ao incauto que nadava em águas tão perigosas.

Não sei dizer se existem casos confirmados de pessoas cujos testículos foram mordidos por pacus. Suspeito que para que o pacu seja conhecido como “devorador de testículos” algum caso tenha ocorrido ou isso tudo não passaria de implicância com o conhecido peixe.

Pacus variam entre 10 e 20 cm de tamanho. Embora naturais de nossas águas exemplares desses peixes têm sido encontrados em outros países, suspeitando-se que tenham sido jogados nas águas dos rios por aquaristas. Dias atrás um pacu foi encontrado nas águas do Rio Sena, na França. Imediatamente as autoridades francesas advertiram pessoas que entram nas águas do rio a terem cuidado porque seus testículos poderiam ser atacados por um pacu.

Não consta que os pacus ataquem mulheres o que parece muito óbvio. Mas que os homens franceses se cuidem agora que estão ameaçados pelo terrível “devorador de testículos”.

Os enforcados

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Confesso que me arrependi de ver pela televisão cenas do enforcamento de Saddam Husseim. Até então homem poderoso, no momento em que foi levado à forca estava despido de sua anterior arrogância. Saddam não tentou disfarçar o medo e o horror estampados em sua face. Seguiu-se o enforcamento, cena terrível na qual o corpo pendurado no ar debateu-se até finalmente quedar-se sem vida.

As imagens do enforcamento de Saddam ficaram na minha memória. Perguntei-me se fosse qual fosse o crime praticado justificava-se executar o criminoso através de enforcamento. Na verdade pensei sobre os processos que culminam com o estabelecimento de penas de morte e ainda agora não sei dizer se sou ou não favorável a elas. Crimes que nos revoltam em geral nos levam a pensar sobre criminosos irrecuperáveis que nada mais merecem que ser eliminados. Entretanto, entre desejar a pena de morte e a prática real dela existe um oceano a ser transposto dado respeito que temos pela vida humana.

Creio que muita gente permaneça na indefinição sobre aplicar-se ou não a pena de morte a criminosos cujos atos terríveis desafiam a nossa compreensão. A morte deles, determinada ou não judicialmente, ainda assim afronta o modo pelo qual encaremos o direito à vida. Daí que não sei dizer se recebi bem ou mal a notícia hoje publicada de que Ariel Castro - o monstro de Cleveland que manteve cativas três mulheres durante dez anos em sua casa - apareceu enforcado na cela em que estava recluso. Castro era um bárbaro no pior sentido da palavra. Abusava sexualmente de suas reféns e submeteu uma delas a cinco abortos. Tão hediondos os crimes que praticou que, após a libertação das mulheres e prisão dele, decidiu-se demolir a casa onde tudo aconteceu. A ideia foi, talvez, a de apagar completamente todos os vestígios do horror que se passara naquele lugar para que nada restasse de memória sobre as ações de Ariel Castro.

Ariel confessou todos os crimes de que era acusado para livrar-se da pena de morte. Condenado à prisão perpétua começara a cumprir sua pena quando apareceu enforcado. A polícia informa tratar-se de suicídio.

Ariel suicidou-se colocando fim em sua malograda vida. Difícil acreditar que alguém nesse mundo tenha lamentado a morte dele. Mas, seria a morte do grande criminoso motivo de júbilo? Pode ser que sim para as mulheres aprisionadas por ele, embora talvez preferissem vê-lo cumprir, dia após dia, sua longa pena.

Não sei dizer com exatidão, mas a morte de Ariel Castro de algum modo traz a sensação de justiça feita, certo conforto por ele ter pagado, ao se enforcar, pelo menos uma pequenina parte do que ficou a dever à sociedade dos homens.

200 milhões

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Éramos 90 milhões em 1970. Todos em ação segundo a letra da música ufanista que saudava a seleção. Tempos do governo Médici, repressão dura e o Brasil na era do milagre econômico que bateu as botas na virada para os anos 80.

A vitória da seleção na Copa do México lavou a reprimida alma nacional. No meio do silêncio espectral determinado pela ditadura finalmente se pode gritar e muito. A seleção de 70 encantava o mundo e nos fazia felizes. Eram os mágicos da bola liderados por Pelé.

A chegada dos campeões mundiais ao Brasil foi uma festa. Eu os vi passar sobre um carro de bombeiros que rodava lentamente na Av. 23 de maio. As encostas da avenida estavam cheias de pessoas que saudavam os campeões. Era um dia bonito, céu de azul límpido e muito sol. Desse dia me lembro notar a presença de muita gente bonita. Tanto que um amigo me perguntou por onde andariam aquelas mulheres tão belas nos dias comuns.

São Paulo parava para receber a seleção. Um grito de ufanismo pairava no ar, misturando-se ao espocar interminável dos foguetes. Era outro país, outra gente, outro sistema de governo, outra realidade econômica. Éramos diferentes do que somos hoje, acreditávamos, talvez, que em breve as coisas retornariam ao ritmo normal, ao restabelecimento da democracia e das liberdades individuais. Era tempo em que a censura vigorava, mas sabíamos que isso não duraria para sempre. Um dia, ao longe, talvez nem tão longe, as coisas voltariam a ser como eram antes naquele Brasil sofrido, mas com tanta força para crescer.

Agora o IBGE publica que somos 200 milhões de brasileiros. O que dirão os pósteros, passados mais cinquenta nos dos dias de hoje? Olharão o passado com saudade como fazíamos em 70? Ou viverão num país melhor, mais justo, menos corrupto e com mais igualdade?

Não estarei aqui para ver ou saber como esatrão as coisas. Mas, enquanto cidadão, me sinto responsável pelo que há de vir. Há que se pensar no legado que deixaremos aos nossos netos e futuras gerações.

O grito abafado de 70 ainda ecoa em nossos ouvidos. Ele é perene em nossas memórias. Representa todo um passado de constrangimentos, rompidos temporariamente num dia de festa que por fim passou. É preciso que os atuais 200 milhões tenham consciência disso e trabalhem para arrumar a casa de modo que o futuro seja sempre promissor.

Gylmar

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Morreu Gylmar o eterno goleiro da seleção brasileira. Houve tempo em que o rádio tinha mais proeminência que a TV. Em São Paulo a dupla Pedro Luís - locutor - e Mário de Moraes -comentarista - eram os preferidos dos torcedores. Mário de Moraes dizia que grandes frangos só acontecem a grandes goleiros. Gylmar era grande e em sua carreira os frangos eram incomuns. Na verdade tratava-se de um goleiro esguio, ágil e extremamente seguro. Titular da seleção nas Copas de 58 e 62 consagrou-se pelas grandes atuações.

Gylmar era goleiro que contava com a confiança da torcida. Em jogo de Copa do Mundo quando o locutor narrava ataque da equipe adversária e advertia sobre o perigo de gol tinha-se muito claro que ainda eles teriam que vencer o grande Gylmar. O goleiro da seleção estava lá e era uma barreira quase intransponível.

Vi Gylmar jogar algumas vezes no Pacaembu. Certa quarta-feira estava ele no gol do Corinthians, enfrentando o Santos de Pelé. Naquela noite Pelé e Coutinho só não fizeram chover. Jogava demais a máquina santista contra um Corinthians em má fase. Gylmar fez o que pode, mas não pode evitar a derrota. Inesquecíveis suas defesas aos bólidos saídos dos pés de Pepe, ponta-esquerda que realmente chutava muito forte.

Mais tarde Gylmar foi para o Santos, time no qual conquistou muitos títulos. Era o goleiro capaz de operar milagres debaixo das traves.

Quando um grande jogador de futebol morre, deixa lacuna difícil de preencher. Devemos aos grandes jogadores o fomento de nossa paixão pelo futebol. São eles que acrescentam magia ao esporte, levando multidões inteiras à loucura.

Gylmar pertencia à galeria dos grandes ídolos, daí lamentarmos tanto a morte dele. Fica nas nossas memórias, absoluto em seu gol que defendia tão apaixonadamente.

A Câmara Federal

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Só se fala no Donadon. O deputado federal, condenado e cumprindo 13 anos de prisão num presídio de Brasília, permanece com seu cargo na Câmara Federal. Seus pares, deputados federais, votaram em que seu mandato fosse mantido. O homem, ainda deputado, agradeceu de joelhos e agora seus advogados querem a manutenção de seu salário e do apartamento oficial em que vive a sua família.

O caso seria estranho não fosse corolário de determinado tipo de comportamento corporativo. O “hoje ele, amanhã eu” falou mais alto na consciência dos parlamentares. Existe, também, o fato de se criar um modo de agir que poderá ser repetido quando da votação para manter ou cassar o cargo envolver os condenados do mensalão.

O Brasil não conhece o Brasil. Quem vota nos candidatos não os conhece. O casuísmo é a regra geral, pouco se dando à opinião alheia. Daí que em meio ao ato absurdo não se logre ouvir mais do que palavras como surpreendente, incrível, inaceitável, essas e outras utilizadas para expressar a indignação pelo resultado da votação na Câmara em relação ao caso Donadon.

Mas, a porta está aberta. Provocando ou não repulsa e estranhamento da opinião a porta foi escancarada publicamente. Há quem veja um lado bom nisso de vez que os deputados federais terão de pensar um pouco antes de votar em casos semelhantes que chegarão a eles no futuro.

Resta a caça às bruxas. A lista dos que não compareceram à votação já circula nos meios de comunicação. Quanto aos que votaram pela não cassação de Donadon nada pode se dizer de vez que o voto é secreto.  O que se pede aos eleitores é que não reelejam deputados que tão mal agiram no caso Donadon.

Entretanto, neste país tudo é possível. Inclusive o fato de que depressa tudo isso seja esquecido e poucas mudanças ocorram, futuramente, na composição da Câmara Federal.

O que ninguém entende é como um cara condenado por desvio de dinheiro passa continuar como deputado, ainda que preso. Afinal, a quem ele representa?