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A autossuficiência de petróleo

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Há muitos anos comprei um carro a álcool porque a notícia era a de que o novo combustível seria mais vantajoso que a gasolina. A história de tentativas de substituição da gasolina pelo álcool tinha passado nebuloso desde a formação da PAULIPETRO durante o governo de Maluf (1979-1982) no Estado de São Paulo. Ainda assim topei e entrei na parada. O carro era um FIAT e o meu maior problema era ligá-lo em manhãs muito frias. Quem teve carros desse tipo sabe muito bem sobre o que estou falando.

O que sempre fica no ar para o consumidor são os rumos da política energética adotada no país. Há algum tempo tivemos um momento de ufanismo com o então presidente Lula apregoando aos quatro ventos a autossuficiência do país em petróleo. Logicamente, na ocasião, pensamos o que havia para ser pensado: finalmente, estamos livres da brutal importação de petróleo, há, sim, o que comemorar diante de conquista tão importante e grandiosa. Afinal, o país vai saindo da condição de dependência que sempre nos sufocou. Assim entendemos a notícia sobre a autossuficiência.

Entretanto, as coisas não se passaram conforme o esperado. A dança não obedeceu ao ritmo da música. Informe divulgado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento mostra que, até novembro de 2012, o déficit comercial provocado pelo aumento da importação de petróleo e derivados atingiu US$ 9,8 bilhões. Trata-se do maior déficit entre os verificados nos últimos 17 anos. E o déficit deve amentar significativamente em 2013.

Combustíveis subsidiados e aumento do consumo estão entre as causas do déficit. Mais que isso, má política adotada pelo governo no setor energético. Na tela a esperança de que a exploração do pré-sal venha a resolver o problema. Como sempre as riquezas naturais do país são a promessa de salvação da lavoura.

2013 começa com ares sonolentos de história conhecida e erros repetidos para os quais, pelo menos aparentemente, não existem soluções a vista. Sonha-se como crescimento da economia, melhora do PIB, grandes investimentos, etc.

Como se passará o novo ano? Os brasileiros, preocupados, se perguntam e querem saber.

A paternidade das obras públicas

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a-paternidade-das-obras-pablicasAno eleitoral se presta para a divulgação dos feitos dos candidatos que, por esse meio, procuram demonstrar suas eficiências políticas e administrativas. Entre nós não importa muito que obras públicas sejam realizadas com dinheiros arrecadados da população através de uma das maiores tributações cobradas em todo o mundo. Desse modo, obras de interesse comum são entregues à população como se tratasse de uma espécie de favor: o contribuinte recebe algo pelo qual pagou para ser realizado e deve estar agradecido àqueles que tornaram possível a concretização do projeto.

Não se está a desmerecer os méritos dos governantes que mostram visão ao optar por tal ou tal obra que contribui para o bem estar comum. O fato é que, infelizmente, a história do país é rica em desmandos que envolveram gastos enormes aos cofres públicos e não deram em nada. Estradas abandonadas e a Paulipetro são bons exemplos de gastos absurdos e desnecessários. Daí que elogios aos governantes que cuidam da coisa pública com probidade são mais que merecidos.

Atualmente vive-se uma maratona de inaugurações, mesmo de obras ainda incompletas. O governo federal, empenhado na candidatura de Dilma Roussef, anunciou o PAC 2 mesmo enfrentado críticas sobre os resultados do PAC 1. Mas, é preciso mostrar à população que este é um governo que realiza, obviamente visando às urnas de outubro.

Por outro lado, em São Paulo, inauguram-se obras, destacando-se o Rodoanel, ainda que levemente incompleto. É a resposta da candidatura de José Serra ao governo federal.

Existe, portanto, uma disputa a céu aberto. O mais recente episódio dessa disputa está sendo exibido agora na televisão: propaganda do governo federal atribuindo-se parceria nas obras realizadas e São Paulo, com destaque para o Rodoanel.

Mas isso é só o começo porque as campanhas eleitorais estão engatinhando. Há muita coisa por acontecer, inclusive disputas acaloradas sobre a paternidade do que é realizado com o dinheiro público.

Quem viver verá.