Brasil X Uruguai em 1959 at Blog Ayrton Marcondes

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Paulo Valentim

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Paulinho Valentim

Estão falando sobre Paulinho Valentim. Um jornalista descobriu, morando em Buenos Aires, a mulher do Paulinho, a Hilda Furacão. Hilda tornou-se conhecida graças a uma série da TV Globo. Na vida real Hilda foi uma prostituta que atuava em Belo Horizonte onde ganhou fama. Depois conheceu Valentim e acabou casando-se com ele.

Paulinho Valentim foi um soberbo centroavante. Jogava no Atlético de Minas de onde foi transferido para o Botafogo do Rio, justamente por causa de seu relacionamento com Hilda que incomodava os mineiros. Também jogou na Argentina onde até hoje é ídolo do Boca Juniors. Andou pelo mundo com a sua Hilda e morreu esquecido e pobre.

Para mim Paulinho Valentim é muito mais que um nome do futebol do passado. Paulinho Valetim é aquele cara brigando no braço com os jogadores uruguaios no jogo entre as seleções do Brasil e do Uruguai no Campeonato Sulamericano de 1959. É, também o cara que entrou no segundo tempo e virou o jogo que até então era vencido por 1X0 pelo Uruguai. Valentim fez três gols inesquecíveis naquela noite. Ainda o vejo, correndo de um lado para outro no dial do rádio, marcando os gols que deram a vitória ao Brasil.

Obviamente, a emoção vivida no dia daquele jogo é intransferível. Mas, ei-la de volta agora quando se fala outra vez do grande Paulinho Valentim.

Era outro mundo aquele, no qual só o rádio existia para nos trazer os lances de uma batalha inesquecível. Paulo Valentim pertencia aquele mundo do qual aos poucos vamos nos despedindo. Mas, quem viveu aqueles momentos de emoção certamente não os esquece. Era o Brasil que fora campeão do mundo em 1958, lutando bravamente para suplantar seus tradicionais adversários.

Quanta saudade!

Futebol e confusão

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Essa encrenca ocorrida no jogo entre os times do São Paulo e do Tigre, da Argentina, serviu para que nos lembrássemos das tristes histórias de rivalidade e brigas entre os clubes sul-americanos.  Terminado o jogo do são Paulo - e a festa da conquista - fui dormir. Cabeça no travesseiro e quarto escuro voltou-me o terrível jogo entre as seleções do Uruguai e do Brasil no Campeonato Sul-americano de 1959. O Brasil, campeão mundial em 58, precisava da vitória que o levaria à final contra a Argentina. Obviamente, a rivalidade entre as duas seleções ainda era enorme por conta da conquista da Copa de 50 pelo Uruguai em pleno Maracanã. E o jogo foi mesmo de amargar.

É bom lembrar que, em 1959, o único meio de acompanhar o jogo era através da transmissão radiofônica. Sofríamos com o ouvido colado no rádio, torcendo como loucos pela seleção nacional. O diabo foi que a partida se transformou em verdadeira batalha campal já aos 30 minutos do primeiro tempo com troca de socos, pontapés e outros golpes entre os jogadores dos dois times. Ocorreram, então, duas expulsões, uma de cada lado. Quando os ânimos melhoraram - vejam que não escrevi serenaram - o jogo recomeçou e o Uruguai fez 1 X 0. No segundo tempo o técnico do Brasil, Vicente Feola, fez substituições e colocou em campo o jogador Paulo Valentim que acabou por marcar três gols, terminando o jogo com a vitória brasileira por 3×1.

Com o apito final do juiz recomeçou o quebra-pau. Cenas de violência se sucederam e, ao final, jogadores brasileiros apresentavam deslocamento de costelas, dentes quebrados etc. O mesmo aconteceu com os jogadores uruguaios.

O Brasil não venceu o Sul-Americano de 59 porque apenas empatou com a Argentina no jogo final, mas a partida contra o Uruguai passou à história como momento de selvageria dentro das quatro linhas.

Agora o assunto é a briga ocorrida no jogo do São Paulo contra o Tigre. Fale-se lá o que se quiser, mas o Tigre não teria mesmo condições de enfrentar o tricolor. Todo mundo viu  queos jogadores do Tigre já se comportavam mal durante a execução do nosso “Ouviram do Ipiranga…”. Começado o jogo os argentinos esmeraram-se em bater, atuando com violência inaceitável. Tomaram dois gols, quiseram brigar no final do primeiro tempo e não voltaram para disputar o segundo.

Ainda não se sabe bem o que aconteceu no vestiário dos argentinos onde se estabeleceu a pancadaria entre os jogadores do Tigre e seguranças do São Paulo.

No final das contas há que se lamentar o acontecido. Mas, paixão é paixão e futebol enquadra-se nessa premissa. Enquanto se espera que os fatos sejam esclarecidos prefiro me lembrar da briga de 59. Quebrou-se o pau, mas os dois times foram até o fim. E há aquela foto do Didi, meia brasileiro, atirando-se com os dois pés sobre os uruguaios. Bateram e apanharam, mas de ambos os lados existiam craques da bola. Eles sabiam disso, havia um nome por zelar, por isso jogaram até o fim.