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Futebol e confusão

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Essa encrenca ocorrida no jogo entre os times do São Paulo e do Tigre, da Argentina, serviu para que nos lembrássemos das tristes histórias de rivalidade e brigas entre os clubes sul-americanos.  Terminado o jogo do são Paulo - e a festa da conquista - fui dormir. Cabeça no travesseiro e quarto escuro voltou-me o terrível jogo entre as seleções do Uruguai e do Brasil no Campeonato Sul-americano de 1959. O Brasil, campeão mundial em 58, precisava da vitória que o levaria à final contra a Argentina. Obviamente, a rivalidade entre as duas seleções ainda era enorme por conta da conquista da Copa de 50 pelo Uruguai em pleno Maracanã. E o jogo foi mesmo de amargar.

É bom lembrar que, em 1959, o único meio de acompanhar o jogo era através da transmissão radiofônica. Sofríamos com o ouvido colado no rádio, torcendo como loucos pela seleção nacional. O diabo foi que a partida se transformou em verdadeira batalha campal já aos 30 minutos do primeiro tempo com troca de socos, pontapés e outros golpes entre os jogadores dos dois times. Ocorreram, então, duas expulsões, uma de cada lado. Quando os ânimos melhoraram - vejam que não escrevi serenaram - o jogo recomeçou e o Uruguai fez 1 X 0. No segundo tempo o técnico do Brasil, Vicente Feola, fez substituições e colocou em campo o jogador Paulo Valentim que acabou por marcar três gols, terminando o jogo com a vitória brasileira por 3×1.

Com o apito final do juiz recomeçou o quebra-pau. Cenas de violência se sucederam e, ao final, jogadores brasileiros apresentavam deslocamento de costelas, dentes quebrados etc. O mesmo aconteceu com os jogadores uruguaios.

O Brasil não venceu o Sul-Americano de 59 porque apenas empatou com a Argentina no jogo final, mas a partida contra o Uruguai passou à história como momento de selvageria dentro das quatro linhas.

Agora o assunto é a briga ocorrida no jogo do São Paulo contra o Tigre. Fale-se lá o que se quiser, mas o Tigre não teria mesmo condições de enfrentar o tricolor. Todo mundo viu  queos jogadores do Tigre já se comportavam mal durante a execução do nosso “Ouviram do Ipiranga…”. Começado o jogo os argentinos esmeraram-se em bater, atuando com violência inaceitável. Tomaram dois gols, quiseram brigar no final do primeiro tempo e não voltaram para disputar o segundo.

Ainda não se sabe bem o que aconteceu no vestiário dos argentinos onde se estabeleceu a pancadaria entre os jogadores do Tigre e seguranças do São Paulo.

No final das contas há que se lamentar o acontecido. Mas, paixão é paixão e futebol enquadra-se nessa premissa. Enquanto se espera que os fatos sejam esclarecidos prefiro me lembrar da briga de 59. Quebrou-se o pau, mas os dois times foram até o fim. E há aquela foto do Didi, meia brasileiro, atirando-se com os dois pés sobre os uruguaios. Bateram e apanharam, mas de ambos os lados existiam craques da bola. Eles sabiam disso, havia um nome por zelar, por isso jogaram até o fim.