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O fim do mundo

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Nesta sexta-feira um asteroide de 4,4 km passará perto da Terra. Trata-se do “Florence”, descoberto em 1981. Passará a 7 milhões de quilômetros de nosso planeta, distância essa que, em termos de astronomia, é quase nada.

Um asteroide desse tamanho, caso atingisse a Terra, provocaria enorme estrago. Para que se tenha ideia, em fevereiro de 2013, um asteroide de 20 metros de diâmetro caiu perto da cidade de Chelyabisnk, na Rússia. A energia liberada na colisão foi equivalente a 500 quilotons de TNT, entre 20 e 30 vezes às primeiras bombas atômicas. Um asteroide de 40 metros de diâmetro, caso caísse numa grande cidade, provocaria milhões de mortes.

Mas, estamos falando sobre diâmetros de asteroides em metros. Quando o assunto é diâmetro em quilômetros pode-se imaginar o tamanho do estrago. Seria a catástrofe global, com aquela que há 65 milhões de anos fez desaparecer os dinossauros. A colisão fez levantar grande nuvem de poeira que impediu a chegada da luz solar ao planeta. Corpos de grande massa, viajando a velocidades entre 14000 e 72000 km/h, ao colidir com a Terra, imediatamente instalariam uma nova era glacial. Caso atingissem o oceano provocariam enormes tsunamis, vaporização de água salgada afetando a camada de ozônio. Enfim, catástrofes que tornariam a vida impossível na Terra.

Há anos o físico Stephen Hawking tem alertado sobre a finitude da vida em nosso planeta. Acredita ele que se em cinco séculos o homem não tiver a opção de viver em outros lugares que não a Terra a vida será impossível aqui. O crescimento populacional e o consumo de energia estão na base dessa previsão. Hawking também adverte sobre os perigos da inteligência artificial, invasão de alienígenas, grande guerra mundial e a engenharia genética.

Até o momento os governos não dispõem de meios para bloquear a chegada de um grande asteroide que entre nem rota de colisão com a Terra. Cientistas propõe estratégias cujos efeitos não se sabe se seriam eficazes. Um dos meios discutidos seria o lançamento de uma grande bomba nuclear que atingiria o asteroide, provocando seu esfacelamento. Ou o uso de grandes espaçonaves que batendo no asteroide acabariam por desvia-lo de sua rota.

Enfim, até o momento estamos à mercê da sorte. A Terra é um minúsculo corpúsculo celeste que gravita ao redor do Sol, estrela de pequeno porte no universo. Entretanto, eis que o homem é ser voltado para o próprio umbigo. A vida se nos apresenta plena de complexidades e governos lutam pela supremacia no planeta. Dentro de tal realidade é de se imaginar qual seria a reação dos seres humanos diante de um perigo real e iminente que viesse a colocar em risco a existência de vida na Terra.

O fim do mundo

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A TV repete com regularidade o filme “2012” no qual o mundo que conhecemos é totalmente destruído. Salvam-se uns poucos a bordo de um barco gigante construído para suportar toda sorte de intempéries. Aos “escolhidos” caberá repovoar a Terra cujos limites geográficos passaram a serem outros.

Toda vez que passo com o controle remoto por um canal onde “2012” está sendo exibido arrisco uma parada. Não resisto a rever as cenas de destruição maciça nas quais metrópoles inteiras são tragadas pelas águas revoltas. A cena na qual as obras de Michelangelo na Capela Sistina são destruídas seguindo-se a queda da torre do Vaticano na praça defronte onde milhares de pessoas rezam sugere que nem mesmo a fé poderá nos salvar caso o planeta finalmente se volte contra a nossa presença.

Não é que eu goste daquelas cenas. Elas são arrepiantes. Entretanto, fazem-me pensar sobre a nossa civilização e seus limites. A trajetória da espécie humana, tal como a conhecemos, é bastante recente na história do planeta que existe a 4,5 bilhões de anos. Vive-se como se tivéssemos a prerrogativa da eternidade. De nada adiantam as advertências dos ecologistas sobre a necessidade de preservação ambiental, nem sobre os iminentes riscos de elevação da temperatura terrestre. O planeta é do homem, pena que tenham se esquecido de avisar ao planeta que tem lá suas exigências para bom funcionamento.

Isso sem falar sobre os perigos que rondam a Terra, pequeno corpo celeste gravitando na imensidão do universo. Há dois dias falou-se sobre um asteroide de 400 metros de diâmetro que passou bem perto da Terra, por pouco não colidindo com o planeta. O detalhe é que sua presença foi detectada há apenas três semanas, tempo insuficiente para que se tomassem medidas caso viesse em rota de colisão - caso essas medidas houvessem.  Não custa lembrar de que há 65 milhões de anos um asteroide de uma dezena de quilômetros de diâmetro colidiu com a Terra colocando fim à existência dos seres vivos, extinguindo o apogeu da era dos grandes répteis.

A civilização humana é precária e nada nos garante que esteja fadada a ser eterna. O que parece faltar ao homem hodierno é a noção da existência e possibilidade de “algo maior” diante do qual as querelas e as batalhas que pululam nos noticiários quase nada representam.

O fim do mundo é possibilidade na qual quase nunca pensamos, mas que não pode ser simplesmente descartada.