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O fim do mundo

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A TV repete com regularidade o filme “2012” no qual o mundo que conhecemos é totalmente destruído. Salvam-se uns poucos a bordo de um barco gigante construído para suportar toda sorte de intempéries. Aos “escolhidos” caberá repovoar a Terra cujos limites geográficos passaram a serem outros.

Toda vez que passo com o controle remoto por um canal onde “2012” está sendo exibido arrisco uma parada. Não resisto a rever as cenas de destruição maciça nas quais metrópoles inteiras são tragadas pelas águas revoltas. A cena na qual as obras de Michelangelo na Capela Sistina são destruídas seguindo-se a queda da torre do Vaticano na praça defronte onde milhares de pessoas rezam sugere que nem mesmo a fé poderá nos salvar caso o planeta finalmente se volte contra a nossa presença.

Não é que eu goste daquelas cenas. Elas são arrepiantes. Entretanto, fazem-me pensar sobre a nossa civilização e seus limites. A trajetória da espécie humana, tal como a conhecemos, é bastante recente na história do planeta que existe a 4,5 bilhões de anos. Vive-se como se tivéssemos a prerrogativa da eternidade. De nada adiantam as advertências dos ecologistas sobre a necessidade de preservação ambiental, nem sobre os iminentes riscos de elevação da temperatura terrestre. O planeta é do homem, pena que tenham se esquecido de avisar ao planeta que tem lá suas exigências para bom funcionamento.

Isso sem falar sobre os perigos que rondam a Terra, pequeno corpo celeste gravitando na imensidão do universo. Há dois dias falou-se sobre um asteroide de 400 metros de diâmetro que passou bem perto da Terra, por pouco não colidindo com o planeta. O detalhe é que sua presença foi detectada há apenas três semanas, tempo insuficiente para que se tomassem medidas caso viesse em rota de colisão - caso essas medidas houvessem.  Não custa lembrar de que há 65 milhões de anos um asteroide de uma dezena de quilômetros de diâmetro colidiu com a Terra colocando fim à existência dos seres vivos, extinguindo o apogeu da era dos grandes répteis.

A civilização humana é precária e nada nos garante que esteja fadada a ser eterna. O que parece faltar ao homem hodierno é a noção da existência e possibilidade de “algo maior” diante do qual as querelas e as batalhas que pululam nos noticiários quase nada representam.

O fim do mundo é possibilidade na qual quase nunca pensamos, mas que não pode ser simplesmente descartada.