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A pergunta é: o que leva um homem a atirar contra uma multidão, matando dezenas de pessoas e ferindo número ainda maior?

O caso do atirador de Las Vegas cerca-se de mistérios. O assassino levou grande quantidade de armamentos a um quarto de hotel de onde atirou, indiscriminadamente, contra o público que assistia a um show de música pop. Nos vídeos ouve-se o som dos tiros, repetitivos, mortais. Cada um deles roubando uma vida ou ferindo gravemente alguém.

A polícia sai atrás de informações sobre o assassino. Nada que o desabone em seu passado. O irmão do atirador se diz surpreso com o que ele fez dado sempre ter sido um sujeito de boa paz. Um aposentado de 64 anos que passara o dia apostando em cassinos da cidade. Um assassino.

A circunstância mental de um homem que vai matar muita gente e também vai morrer impressiona. Ele se preparou para o grande dia, armou-se, alugou um quarto de hotel para onde levou as armas. Desse lugar privilegiado teve acesso ao público do show sobre o qual desferia seus tiros. Tudo meticulosamente planejado, estudado. Mas, por que?

Descarta-se a possibilidade de ato terrorista. Ao que se saiba o atirador não estava ligado a nenhum grupo extremista e nem seria movido por algum ato de crença. Então?

Trata-se da história de um homem que se barbeou de manhã sabendo que seria este o dia em que iria morrer. Inexplicavelmente decidiu que não partiria sozinho. Deixaria sua passagem pelo mundo com a marca de um ato terrível, absurdo, odiento.

O atirador de Las Vegas suicidou-se antes que a polícia o pegasse. Encontraram-no já morto no quarto do hotel. Deixou-nos a cismar sobre seu ato. Situações como essa dialogam frontalmente com o amor que temos à vida e aos nossos semelhantes. Talvez por isso nos percamos em suposições tantas vezes simplistas. Move-nos o horror, o nojo diante do inusitado.

Escrito por Ayrton Marcondes

3 outubro, 2017 às 1:24 pm

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