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Sexo no banheiro

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Um casal foi flagrado fazendo sexo no banheiro durante vôo entre Paris e Estocolmo. A reação do comissário de bordo que os encontrou foi inesperada: ele comunicou aos demais passageiros a ocorrência. A reação? Os passageiros riram, aplaudiram e muitos desejaram facilidades e muito prazer ao casal que, para sorte deles, não chegou a ser identificado.

O caso abre duas vertentes de considerações. A primeira diz respeito ao casal. Certamente tomados pela urgência de um desejo inadiável outra saída não tiveram que não a busca do banheiro. Aliás, lugar onde acomodarem-se duas pessoas exige criatividade dada a exiguidade do espaço. Mas, sexo é algo imperioso - diga-se. Cícero, grande tribuno romano, rejubilou-se ao envelhecer por livrar-se das imperiosas necessidades. Mas, se nem os velhos estão de fato livres… Não é que a imaginação não se demora a criar imagens mesmo quando as carnes envelhecem?

Sexo em quartos fechados e longe dos olhos alheios nem sempre é do agrado de todos. Há os que só se excitam diante do perigo de serem descobertos. Ao meu tempo de estudante tive um colega que não se incomodava em ser visto durante as práticas. Lembro-me que de um dos laboratórios da faculdade podía-se ver um descampado no qual empilharam-se canos grossos para obra futura. O rapaz de que falo adorava estar ali, junto aos canos, fazendo sexo com uma jovem belíssima. Obviamente, as experiências não corriam bem no laboratório de vez que a turma se postava nas janelas para assistir à exibição gratuita do casal…

Não se sabe o que levou o casal a praticar sexo no banheiro do avião. Exibicionismo? Necessitados de situações estressantes para se excitarem? Ou apenas vitimados por inadiável desejo? Pode até ser que se trate de uma daquelas situações de filme nas quais duas pessoas que nunca se viram encontram-se e entre elas se estabelece atração instantânea e incontrolável.

A segunda vertente de considerações diz respeito ao pobre comissário. Que diabos de lógica o moveu a apossar-se do microfone de bordo e avisar aos passageiros sobre aquele terrível atentado à moral? Por que terá o homem se indignado? Seria ele fiel de algum tipo de puritanismo? Ou a descoberta que fizera trouxera à sua memória algum trauma de infância?

Pobre comissário! Louco e maravilhoso casal! O mundo seria bem menos interessante se acaso vez ou outra alguns de nós não avançassem o sinal, dando-nos fôlego e vontade de falar sobre situações inesperadas em que se envolveram.