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Padre Donizetti

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O Papa Francisco acaba de beatificar o Padre Donizetti, pároco cujas atividades - e milagres a ele atribuídos - aconteceram na cidade paulista de Tambaú.

Na década de 50 do século passado o Padre Donizetti tornou-se conhecido em todo o país e até no exterior. À pequena cidade de Tambaú passaram a vir, de todas as partes, romeiros em busca de bênçãos. O número de romeiros chegou a extrapolar a capacidade de recepção da cidade. Cerca de 50 mil pessoas visitavam Tambaú diariamente, havendo notícia de que, em certa ocasião, esse número atingiu a casa dos 200 mil.

O padre Donizetti era devoto de Nossa Senhora Aparecida. Tinha ele uma imagem da santa que recebera de sua mãe. Salvara-a de um incêndio na qual a igreja onde estava foi consumida pelo fogo, nada sobrando além dela. Ao que o povo da cidade atribuiu a condição de milagre a recuperação da imagem.

O Padre Donizetti mantinha seus horários para abençoar aqueles que o procuravam. Tambaú tornara-se referência e esperança para milhares de pessoas que buscavam solução para seus problemas os quais tantas vezes incluíam doenças.

A beatificação que ora acontece se dá em função da comprovação, pela igreja, de um milagre envolvendo a cura de um menino portador de ambos os pés tortos congenitamente. Relatam os pais que o menino não andava e foram avisados pelos médicos sobre a necessidade de cirurgia para que ele não tivesse problemas ainda maiores ao crescer. Na ocasião, marcaca a cirurgia, a mãe rezou, pedindo ao Padre Donizetti pela saúde do filho. Na manhã seguinte eis que o menino se apresentou com os pés normais, sem a deformidade anterior.

Muitos milagres são atribuídos ao Padre Donizetti sobre quem fiéis afirmam tê-lo visto, em certa ocasião, levitar.

Escrevo sobre isso porque conheci o Padre Donizetti. Aliás, dizer que o “conheci” é certamente exagero. Eu o vi, tive a oportunidade de vê-lo. Não sei precisar o ano da década de 50, mas participei de viagem com meus tios, partindo de Serra Negra em direção a Tambaú. Falha-me a memória sobre o motivo da viagem, enfim que graça esperavam obter em relação a que tipo de problema.

Era então eu um meninote. De Tambaú me lembro de um lugarejo no qual uma multidão circulava sobre o chão de terra, dada a então ausência de calçamento. A certa altura do dia as pessoas se acotovelaram diante de uma espécie de palco - seria isso? - no qual surgiu o padre Donizetti. Foi quando eu o vi e ouvi. O Padre rezou, acompanhado fervorosamente pela multidão. Depois benzeu as pessoas e desapareceu.

Da imagem do padre guardo a aparência difusa de um homem mais velho e de poucos cabelos. Isso foi tudo. De resto lembro-me da difícil viagem de carro durante a madrugada. Ficaram-me as reclamações de meu tio que, acomodado no banco da frente, não se conformava com o brilho dos faróis de veículos que trafegavam em sentido contrário.