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Brasil olvidado

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Um brasileiro que participa de congresso em Lisboa comenta que na Europa, o Brasil simplesmente não existe. Aliás, não só o Brasil: toda a América Latina está desimportante. Sobressai-se a África onde se realizam bons negócios e há crescimento.

Americanos em seu país, quando perguntam de onde somos, em geral nada sabem sobre o Brasil. Os que apoiam Trump entendem que o “América First” faz dele um dos melhores presidentes que o país já teve. Uma americana pergunta: mas entre vocês também não é “Brasil First”? Acrescenta: Trump é bom porque enriquece os EUA e favorece o enriquecimento de vocês.

Cresci numa época em que os EUA eram acusados de serem ricos às custas do restante do mundo. Era o tempo do “entreguismo”. Creio que ainda é assim, mas nem tanto. Alguém pergunta sobre a diferença entre Brasil e EUA. A resposta é simples: eles são ricos, nós não. A riqueza permite a existência de uma sociedade que funciona, embora existam percalços. Dá até um pouco de dor de cotovelo a sensação de segurança que se experimenta por lá. Isso porque aqui o que há é insegurança. Não se anda por aí sem receio de ser atacado. Lá você pode circular a qualquer hora com riscos próximos ao zero.

Infelizmente o Brasil não conta com boa fama no exterior nos dias atuais. Muita coisa negativa vem sendo noticiada fato que leva estrangeiros a terem opiniões negativas sobre o país. A violência que hoje existe nas nossas cidades é tomada como imagem de um povo no qual a ordem não é preservada. Corrupção e pobreza entre outros problemas alimentam a imagem negativa do país.

Para completar atravessa-se período de grande instabilidade política e econômica. Pronunciamentos disparatados proferidos por autoridades atravessam as fronteiras nacionais e são motivo de descrédito para o país no exterior. Para completar nesses dias até um sargento que viajava num avião da comitiva do presidente, em missão no exterior, foi preso. Era o responsável pelo transporte de 35 kg de cocaína. Esse fato, como tantos outros, pegou muito mal no exterior.

O Brasil vem sendo lembrado pelo que tem de menor. Por trás dessas imagens negativas dorme um fantástico país, proprietário de enormes recursos naturais, em luta por maior industrialização e, principalmente, de governos e classes políticas voltadas para necessidades e interesses do povo. Daí a crise que parece não ter fim e a perda de confiança da população nos homens que nos representam.

Mas, coisas boas também acontecem. O fechamento do acordo entre o Mercosul e a União Europeia é uma auspiciosa notícia.

Imagem do Brasil no exterior

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Nada como uma voltinha no exterior para entrar em contato com outras paisagens. O Brasil é riquíssimo em biodiversidade, possui diferentes ecossistemas e grandes variedades de ambientes proporcionados pela vasta e diversa geografia de suas dimensões continentais. Entretanto, tanta variedade e riqueza são desconhecidas na maior parte do mundo. A verdade é que o país não consegue se libertar de seus conhecidos estereótipos como samba, carnaval, mulatas rebolando e assim por diante. Veja-se a recente visita do presidente Obama ao país na qual foi levado a uma favela para assistir a uma exibição de capoeira. Nada contra favelas e praticantes de capoeira, esporte que acho sensacional. Mas, até quando vamos mostrar o país por esse ângulo míope tal como aquele violonista que toca um instrumeto de uma corda só?

O Brasil é vasto e profundamente interessante, mas o pessoal do Ministério do Turismo parece não saber disso. É bem provável que se alguém da área ler a afirmação anterior dirá que muito tem sido feito e blá, blá, blá. Mas, na prática, a verdade é que os estrangeiros não conhecem o Brasil e veem o povo brasileiro através das imagens estereotipadas. Que um brasileiro não se espante se um funcionário de imigração de outro país perguntar a ele se trouxe bananas na bagagem. Já aconteceu comigo, acontece com muita gente. E não será demais lembrar que o nosso passaporte não tem, no exterior, o mesmo status de outros emitidos em países europeus, por exemplo.

O que se está a dizer é que há muito a se fazer em termos de divulgação do país no exterior. É verdade que com o crescimento da economia o país já vem sendo visto de outra forma, principalmente no setor dos negócios internacionais. Mas de nada adianta um ex-presidente andar por aí exibindo um rol de vantagens pessoais que de forma alguma são associadas ao povo de seu país de origem. A verdade é que é preciso tomar muito cuidado com imagens ligadas à “coisas e fatos interessantes” que, no final das contas, podem contar negativamente à imagem do país.

Quem viaja logo observa que a imagem de “ser brasileiro” ainda não recebe o respeito devido no exterior. Para isso certamente contribuem as trajetórias de inúmeros imigrantes brasileiros que tentam a sorte no chamado primeiro mundo, quase sempre desempenhando funções subalternas às quais os naturais dos lugares simplesmente declinam. Quem duvida ou acha exagerada essa afirmação que dê uma voltinha ao outro lado do mundo e veja muitos de nossos rapazes fazendo de tudo para ganhar um bom dinheiro, um tanto iludidos com as benesses locais que na verdade não alcançam integralmente.

Não é demais reafirmar: é preciso lapidar a imagem do Brasil no exterior, garantindo aos brasileiros o lugar que não só merecem, mas que a eles é naturalmente destinado. Não dá para trazer na mala imagens estereotipadas de um país “curioso” que está crescendo, mas onde as pessoas se matam nas ruas e não há quase nada de bom exceto mulher, samba e carnaval.