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Educação no trânsito

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Fiquei realmente impressionado no último carnaval quando reparei que a pequena cidade onde eu estava simplesmente não dispunha de vagas de estacionamento em suas ruas. Longas filas de carros parados ocupavam espaços que, durante quase todo ano, permanecem vazios.

O fato é que a melhora da economia e o estímulo ao crédito abriu a possibilidade para a compra de veículos em longo prazo, favorecendo classes sociais que até a pouco tempo utilizavam apenas o transporte público. E deu no que deu porque as cidades continuam as mesmas, com as ruas de sempre, sem acréscimo de espaços para estacionamentos. Isso sem falar nas estradas que apresentam, cada vez mais, trânsito crescente e perigoso.

Hoje de manhã ouvi no noticiário da televisão as velhas considerações sobre os terríveis acidentes que ocorreram no feriado da Semana Santa. Mostraram-se imagens de verdadeiras tragédias, algumas delas com vítimas fatais. Além disso, falou-se sobre os grandes congestionamentos no retorno à capital: a rodovia Fernão Dias chegou a apresentar 54 Km de congestionamento no sentido de retorno a São Paulo. Ainda na manhã de hoje as estradas estavam cheias porque muita gente deixou para retornar pela manhã, tentando evitar os congestionamentos de domingo.

Então que fazer? Qual a solução e que mecanismos devem ser adotados para a redução do número de acidentes? Os comentaristas da televisão culparam o governo, dizendo que nada se faz de concreto para impedir as tragédias que acontecem no trânsito. Reclamaram da falta de educação dos motoristas e da impunidade em relação aos responsáveis por acidentes. Um deles lembrou que no trânsito o maior é sempre responsável pelo menor, o caminhão pelo carro, o carro pelas motos e bicicletas e, no fim da linha, todos têm responsabilidade sobre os pedestres.

Bem, sabemos disso, mas, infelizmente, as coisas continuam no mesmo pé, ou seja, mal. O que salta aos olhos é, de fato, essa situação de cada um por si, pouco havendo de parceria entre os motoristas. No fundo o que falta é mesmo educação, respeito pelo semelhante e, principalmente, amor à vida alheia.

Há quem considere o problema insolúvel.  Mas, afinal a educação para o trânsito, a conscientização pode levar a algum resultado positivo? Sinceramente, eu não acreditava muito nessa hipótese até que, ano passado, fui à Austrália. Aluguei um carro na região de Sidney e fiquei espantado com a ordem do trânsito. Se você dá seta que vai mudar de mão, para a esquerda ou para a direita, o carro que está nessas mãos reduz a velocidade para que você possa entrar. Não há essa correria absurda nas estradas e percebe-se ordem no trânsito. Imagine que parei numa entrada para uma via de movimento, isso com sinal aberto para mim. Obviamente errei por desconhecer o lugar, mas o fato é que se formou atrás de mim uma fila de carros que esperou que eu fosse em frente. Não ouvi uma buzina, nada. Ninguém me xingou, minha mãe pode continuar em paz sem receber os insultos tão comuns em nossas cidades.

Então, se o número de carros continua a aumentar e se o trânsito está cada vez pior o que  os resta é insistir na educação, na conscientização dos motoristas. Grandes investimentos em campanhas publicitárias e punição dos maus motoristas são os meios à mão para que o número de acidentes seja reduzido.