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Protestos

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Nos dias de hoje fala-se muito. Fala-se, também, muita bobagem. Políticos em cargos importantes perdem-se em mensagens impensadas divulgadas nas redes sociais. Nem de longe os autores de mensagens desse tipo se preocupam com os reflexos, quase sempre negativos, daquilo que afirmam. Enquanto isso crescem o desemprego, a miséria etc.

Mas, vez ou outra, ouvem-se coisas preocupantes. Quando o ministro da Fazenda vem a público para dizer que o país está à beira do precipício isso tem peso, preocupa. Ao colocar seu cargo em risco caso a reforma da previdência não seja realizada isso também preocupa. O que é transferido aos brasileiros é que se está à beira do colapso e não existe escorço comum para a obtenção de um acordo. Conflito de interesses.

E o povo vai às ruas. Contra e a favor do governo. Protestos. Mensagens díspares ecoam de cada grupo. O país segue sem comando, sem direção. Faz lembrar certas paródias nas quais um grupo se reúne para tomar uma decisão que, quando acertada, não conta com nenhum membro capaz de executá-la.

E nos perdemos na barafunda de opiniões, confronto de velhas ideologias que causam tanto desgaste e ameaçam a democracia. O que não se sabe é o que nos espera no fim desse túnel.

Falta inteligência, falta patriotismo.

Direita e esquerda

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No fundo do quintal da minha casa existiam dois canteiros, cada um deles separado do resto por uma cerquinha. O da direita era bom: o que se plantava nele crescia depressa, semente dava legume, semente dava flor, roseira enxertada dava rosa de cor diferente, misturada, bonita.

No canteiro da esquerda não valia plantar nada: semente morria sem germinar, roseira secava, flor nenhuma se abria ali. Meu pai dizia- era o tempo da ditadura – que a esquerda tinha medo de florescer porque iam cortar a cabeça dela. Minha mãe, mais prática, estudava se o problema não seriam os raios solares, a terra, a sombra do telhado, a qualidade das sementes, a água e até coisas imponderáveis.

Como o problema persistia, tomou-se uma atitude radical: a terra dos dois canteiros foi removida e trocada. A do canteiro da direita foi para o esquerdo, a do esquerdo para a direita. Depois foram plantadas, nos dois canteiros, sementes escolhidas iguais e tomaram-se cuidados semelhantes com a rega e os raios solares.

Depois de algum tempo verificou-se que o problema se mantinha. Minha mãe constatou que enquanto as plantas do canteiro da direita iam em frente, as do esquerdo nem chegavam a nascer. Meu pai viu isso e sentenciou:

- A esquerda não vai em frente nesse país.

Minha mãe, sempre prática, desistiu do canteiro da esquerda. Eu era menino e estranhei. Perguntei a ela por que tinha desistido. Ela passou a mão na minha cabeça e disse:

- Não acredite no seu pai, isso não tem a ver com política. É que não dá mesmo.

Então tinha uma moça da roça que era empregada em casa. Ela ouviu a conversa e encerrou o assunto:

- Tem pedaço de mundo que Deus esqueceu, Ele não toma mais conta. É lugar que quem comanda é o Coisa-Ruim que faz tudo do jeito dele. Esse é o problema ali da esquerda.

Ficou assim.

Escrito por Ayrton Marcondes

12 agosto, 2010 às 12:21 pm

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