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Crise internacional

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Nessa história toda de crise internacional o que resta ao cidadão comum é torcer para que as coisas sigam bem no país. Na verdade, por mais que se acompanhem as idas e vindas da economia, por mais atenção que prestemos aos noticiários sobre o andamento da crise na Europa e a lentidão da recuperação dos EUA, o fato é que não sabemos em quem e no que acreditar. No Brasil o governo anterior vangloriava-se pela situação do país que estaria imune à crise.  O atual governo baixou um pouco o tom da alegria, mas bate na mesma toada, embora sinais da crise estejam batendo às portas do país.

O grande problema em relação à crise está no fato de que não só não existe consenso sobre a solução como, em verdade, não se sabe bem o que fazer. Na Europa a bola da vez é a Grécia, acompanhada de perto pela Espanha. Sobre a Grécia ouvimos de tudo, na maioria das vezes que lá falta trabalho e as mordomias imperam. Para resolver os problemas desses e de outros países entra na moda uma palavra: austeridade. De repente, da noite para o dia, a austeridade passa à condição de remédio inquestionável para os problemas econômicos dos países. Há quem discorde, afirmando que austeridade só não basta e aí começa uma longa discussão de medidas gerais e locais para o saneamento das finanças dos países.

Estamos, pois, no meio disso. Lembro-me de que desde que me conheço por gente a palavra crise faz parte do meu cotidiano. O Brasil sempre esteve em crise, levando-nos a perguntar por que pagávamos altos juros ao mundo desenvolvido, isso às custas de nossos suores. Isso mais o fato de que o mundo tinha sempre o dedo apontado para o Brasil, exigindo-se que o país se emendasse, se corrigisse, era de arrebentar com os miolos. Agora a situação mudou, o Brasil passou de subdesenvolvido à condição de emergente, emprestador de dinheiro ao FMI, etecetera e tal. Mas, aqui dentro, longe do distante olhar de estrangeiros que nos aplaudem, sabemos que as patas do gato ainda não estão boas, daí ele andar meio aos solavancos porque a pobreza ainda é grande, o mesmo se dizendo da violência e da corrupção.

Mas, a crise tem derrubado líderes em vários países, fato que representa um não das populações à situação atual e o depósito de crédito em novos dirigentes que talvez possam melhorar a situação. Ontem foi a vez do presidente francês, Nicolas Sarkozy, ser derrotado nas eleições do país. Venceu um socialista, François Hollande, que já na próxima semana assumirá o governo. Trata-se do primeiro socialista a comandar o país desde 1995 quando o presidente era François Miterrand.

Hollande terá muito trabalho pela frente. Terá que contornar a crise econômica, controlar os gastos públicos e dar um jeito no desemprego. Se ele conseguirá ou não é outra história. O que vale agora é a ideia de mudança, a expectativa de sair do sufoco, enfim a esperança em dias melhores. Nisso os franceses têm muito a aprender com os brasileiros, povo que aposta no futuro e para o qual a esperança é e sempre foi uma muleta que nos fez e faz seguir em frente.