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Felicidade e calma

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Pesquisa recentemente realizada coloca o Brasil em 32º lugar entre as nações quanto ao item felicidade. O país que abriga o povo mais feliz do mundo é a Finlândia.

Felicidade não se compra, segundo o ditado. Um conhecido punha reparos na conhecida afirmação “dinheiro não traz felicidade”. Ela completava o texto dizendo: “então eu não quero ser feliz”.

Não se pode afirmar com certeza, mas todos os seres humanos devem almejar viver em felicidade. O problema é que, ano após ano, torna-se mais difícil ser feliz no mundo em que vivemos. Além do que a felicidade plena depende de tanta coisa que fica difícil administrar o tão vasto leque de variáveis.

A medicina tem evoluído muito. A engenharia genética permite análises do DNA, detectando-se genes responsáveis por uma infinidade de feitos. Esse controle e possibilidade de até mesmo modificar o genoma há muito deixou o campo da ficção científica: é realidade.

Li que uma senhora foi submetida a delicada cirurgia ortopédica na qual tudo deu certo. Logicamente, sempre há a preocupação com o pós-operatório por conta da dor. Entretanto, os médicos surpreenderam-se com esse caso pois a paciente relatou não sentir nenhuma dor no dia imediato após a cirurgia. Aliás, disse ela que não sentia mesmo dores. Mais: estava sempre feliz.

Em busca de explicação para o estranho fato, os médicos analisaram a família da senhora que haviam operado e descobriram que um dos filhos dela também não era costumeiramente acossado por dores. O caso foi remetido aos geneticistas que acabaram por encontrar no DNA da mulher e do filho falta de genes responsáveis pela produção de um inibidor de uma substância, daí ela se acumular no sangue. O curioso é que essa substância é justamente a mesma que se apresenta em maior quantidade no sangue quando fumamos maconha. Assim, a paciente operada leva a vida no mesmo pique que teria se fumasse maconha continuamente. Eis aí a causa de não sentir dores e de sua felicidade.

Existem pessoas muito calmas que podem nos surpreender por ações que jamais esperaríamos delas. Lembro-me de um colega de trabalho, muito educado, cortês, daqueles que fariam de tudo até para salvar uma formiga. Certa ocasião, na década de 70, registrou-se falta de leite no mercado. As famílias preocuparam-se, mormente aquelas nas quais as crianças dependem do leite.

O meu colega de trabalho era pai de duas crianças pequenas. Pois surpreendeu-me ouvir daquele homem tão ponderado e calmo que, naquele dia, trouxera de sua casa um revólver. Disse-me, ainda, que ao fim do expediente iria a um mercado de onde, de forma alguma, sairia sem o leite para seus filhos. Tinha ele certeza de que os comerciantes se aproveitavam da situação para armazenar estoques cuja venda mais lhes renderia com o inevitável aumento de preço decorrente da falta do produto. Estaria armado e até mataria se preciso fosse, afinal, cabia a ele a manutenção das crianças.

As coisas devem ter corrido bem para o meu tão calmo amigo de vez que, no dia seguinte, lá estava ele, feliz e cortês como sempre. Encontra o leite sem precisar matar ninguém.

Escrito por Ayrton Marcondes

1 abril, 2019 às 2:02 pm

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