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Para onde foram?

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A todo transe realizam-se prisões de figuras notórias da política nacional. Advogados de renome empregam-se em intensa atividade. Acusações, denúncias, defesas, liminares, julgamentos, condenações, prisões e outras são palavras incorporadas ao dia-a-dia. Já não causa estranheza ouvi-las. Nada mais natural que alguém ser surpreendido em sua casa nas primeiras horas da manhã, sendo conduzido a interrogatórios ou prisão preventiva.

Diante de situação tão alarmante pergunta-se sobre a natureza dos homens que cuidam dos destinos do país. Uma cambada de safados? Salva-se alguém? Existirá na classe política alguém que não possa ser acusado de receber propinas e obter favorecimentos? O ilícito virou regra?

Desconfiança geral. Não há mais surpresa quando alguém de reputação ilibada até ontem de repente seja denunciado como envolvido e alguma falcatrua. Por outro lado, prospera a indústria da denúncia. Vale a pena contar tudo em troca de benefícios, entre eles livrar-se da prisão, redução de penas etc. Em curso no país um novo “game” do qual resultam prejuízos incomensuráveis à população.

Mas, terá o Brasil sido sempre assim? Não é de se duvidar que a corrupção tenha existido em todos os escalões ao longo de nossa história. Entretanto, convenhamos: vivia-se num mundo mais interessante. Personagens públicas de destaque:  quantas delas encantavam os brasileiros. Gente do porte de Getúlio Vargas, Juscelino, Tancredo Neves, Ulysses Guimarães e tantos outros. Obviamente, cada um deles tinha lá os seus senões. Mas tinham porte, não lhes faltava a categoria hoje tão rara. De quebra nos anos 50 e 60 do século passado estavam vivos Rubem Braga, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Manuel Bandeira….. Liam-se seus textos no calor da hora de suas publicações. E Ari Barroso, Tom Jobim…

Para onde foram todos? Infelizmente pessoas brilhantes não funcionam como peças que possam ser facilmente substituídas. Daí que deu no que deu.

Escrito por Ayrton Marcondes

14 junho, 2017 às 12:27 pm

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