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Horror em Nice

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A realidade vai superando a ficção e não nos damos conta disso. Tal a violência e a dramaticidade de atos terroristas que, atônitos, quase os aceitamos como inevitáveis. Paira sobre o mundo um sistema de caça do homem ao homem que mais parece um simples jogo cuja maior consequência é a morte de dezenas de pessoas.

Ontem um homem jogou um caminhão de toneladas de peso contra a multidão que participava da comemoração do dia da queda da Bastilha. Aconteceu em Nice, França. O celerado seguiu sua rota assassina por mais de 2 km, atropelando gente que não conseguiu escapar. Mais de 80 mortos, uma centena de feridos, alguns em estado gravíssimo. Ao fim, policiais conseguiram abrir a porta do caminhão e atirar contra o motorista, matando-o. Mas, o mal já estava feito. Sobre o asfalto jaziam corpos sem vida, muitos deles de crianças. Sob a desculpa de uma diferença ideológica matou-se, indiscriminadamente.

As imagens do enorme caminhão trafegando sobre pessoas desesperadas são fortes. Talvez nenhum cineasta se arriscaria a gerar imagens tão medonhas para colocá-las num filme. De fato, a realidade superava a ficção, a mais terrível ficção.

Segue-se a rotina dos dias seguintes. O assassino é identificado, procura-se saber se agiu por conta própria ou a mando de organizações terroristas, discute-se o aprimoramento do sistema de segurança. Nas ruas há medo. As pessoas se perguntam quando acontecerá o próximo atentado dado que a fúria dos fanáticos parece não ter fim.

Talvez nunca antes na história o homem tenha odiado tanto seus semelhantes. Mata-os, simplesmente mata-os. Não importa a quem está matando. A saga consiste em matar por matar, espalhando medo e horror, desestabilizando a vida em sociedade. Trata-se de assassinos frios imbuídos da convicção de que têm uma missão a cumprir. Sabem que também morrerão, mas isso parece não importar a eles: serão recompensados após a morte, no outro mundo.

Escrito por Ayrton Marcondes

15 julho, 2016 às 7:01 pm

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