Vandalismo at Blog Ayrton Marcondes

Vandalismo

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A pergunta é feita por um repórter: por que as pessoas destroem bens públicos que lhes pertencem? Em seguida mostram-se imagens de estátuas, cabines telefônicas, redes de alta tensão, trens e uma infinidade de bens depredados. O vandalismo impera e reflete sobre o dia-a-dia das populações em cidades brasileiras.

Uma psicóloga afirma que grupos de jovens depredam para mostrarem-se uns aos outros. Um policial diz que as depredações acontecem por ausência de repressão. Um desconhecido, entrevistado na rua, reclama da ação das torcidas organizadas que quebram tudo em estádios e o impedem de assistir aos jogos de seu time.

Razões há e muitas para o vandalismo. A mais genérica e que engloba todas é a ausência de cidadania. Pensando assim o incompreensível torna-se compreensível, embora inaceitável.

A energia animalesca que anima o espírito dos vândalos só pode ser detida com um profundo mergulho no conceito de cidadania, trabalhando-o desde cedo na formação dos futuros cidadãos. Se assim não for, os covardes arroubos de violência contra coisas inanimadas continuarão a ocorrer, convertendo-se nas notícias infaustas que constantemente recebemos. É o caso de uma estátua - Niterói-RJ - na qual Oscar Niemayer exibe a Juscelino Kubsitchek o projeto de construção de Brasília. Há poucos dias os braços de cobre de Niemayer foram cortados, conferindo aspecto horrível ao monumento.

A visão dos braços criminosamente decepados subtrai ao imaginário dos observadores a realização de projetos grandiosos, mundialmente reconhecidos. Queda-se momentaneamente desfeita a imagem ali eternizada de um dos momentos cruciais de nossa história recente. Tudo isso por obra de vândalos para os quais o único interesse é a venda pedaços de cobre.

Escrito por Ayrton Marcondes

10 abril, 2009 às 12:39 pm

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Postado em Cotidiano



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