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Abaixo o pimentão

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pimentaoPobre Pimentão. Bom de gosto, componente de vários pratos e receitas, fonte de vitaminas e sais minerais, está na berlinda: a ANVISA informa que o pimentão é o campeão em porcentagem de agrotóxicos. Abaixo dele o morango, a uva e a cenoura. Isso quer dizer que quem vai aos supermercados e feiras livres traz para casa alimentos potencialmente prejudiciais à saúde.

Não se nega que os agrotóxicos são necessários para combater pragas da lavoura. Entretanto, há que se considerar que de sua fabricação até o momento em que chegam à nossa mesa, agregados aos alimentos, existem fases a serem vencidas. Em primeiro lugar, os agrotóxicos devem ser aprovados por órgãos do governo. Nesse caso, a lei pode ser burlada pela entrada no país, via contrabando, de agrotóxicos não aprovados. Isso vem acontecendo como se constata através da detecção, em alguns alimentos, de agrotóxicos não permitidos no país.

Outro problema é o que se refere à utilização. Não basta que os fabricantes produzam agrotóxicos e os façam acompanhar de instruções. É preciso treinamento de pessoas para evitar o mau uso tal como a utilização de quantidades inadequadas etc.

Fiscalização, empenho dos fabricantes, cuidados na comercialização e treinamento estão entre as medidas necessárias para a proteção da saúde pública. Esforços têm sido feitos nesse sentido e, apesar deles, ingerimos agrotóxicos junto com nossos alimentos.

E voltamos ao pimentão. Não é justo que o valoroso legume apareça na mídia como campeão em porcentagem de agrotóxicos. Talvez fosse melhor colocar a culpa no quiabo, sei lá.

Escrito por Ayrton Marcondes

16 abril, 2009 às 12:53 pm

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Postado em Biologia, Cotidiano

A febre amarela em SP

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aedes_aegyptiNotícia publicada ontem pela “Folha de São Paulo” informa sobre a ocorrência de oito mortes por febre amarela silvestre na região de Botucatu – interior do Estado de São Paulo.

A febre amarela é doença infecciosa aguda, de gravidade variável e curta duração, causada por vírus infectados pertencentes ao gênero Flavivirus.
A referência da notícia à variedade silvestre explica-se: existem dois tipos de febre amarela: silvestre e urbana. A silvestre é uma zoonose (doença de animais que eventualmente é transmitida ao homem). Afeta principalmente macacos, passando de um a outro através de mosquitos vetores pertencentes aos gêneros Aedes e Haemagogus. A urbana é própria do homem sendo transmitida de um indivíduo a outro pelo inseto Aedes aegypti (o mesmo que transmite o dengue). Note-se que desde 1942 não se registram casos de febre amarela urbana no país.

A forma silvestre é adquirida pelo homem acidentalmente, por ocasião de derrubada de matas, quando é picado por mosquitos vetores que vivem no topo das árvores. Ao voltar à cidade, a pessoa ser-ve como fonte de infecção quando picada pelo vetor urbano, o Aedes aegypti, que transmitirá a doença a outros indivíduos. Inexiste a transmissão direta de febre amarela de uma pessoa a outra.

Na febre amarela observam-se períodos de incubação, de infecção, de remissão e toxêmico.
O período de incubação dura de 3 a 6 dias, continuando-se pelo período de infecção, onde há febre alta, dores de cabeça, musculares, ósseas e articulares. Ocorre ainda falta de apetite, náuseas e vômitos. Segue-se uma curta fase de remissão, que dura de algumas horas até dois dias. Há melhora acentuada do doente e, em alguns casos, cura. Em outros casos, mais graves, a doença evolui para o período toxêmico, com febre, hemorragias, icterícia (pele amarelada pelo depósito de pigmento bilirru-bina) e intensa albuminúria (eliminação da proteína albumina pela urina).

As medidas profiláticas utilizadas em relação à febre amarela são: combate aos insetos vetores com eliminação de reservatórios de água parada; destruição de larva dos insetos vetores e eliminação de criadouros desses insetos com o uso de inseticidas; uso nas casas de telas de proteção à entrada de insetos; vigilância contra mosquitos trazidos do exterior; e vacinação obrigatória de indivíduos que procedem de áreas endêmicas ou que para elas se dirigem. A vacinação é, portanto, muito importante para as pessoas que se dirigirem à região de Botucatu nos próximos dias.

Escrito por Ayrton Marcondes

2 abril, 2009 às 10:08 am

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Postado em Biologia, Cotidiano

Mares subindo

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inundacaoEstudos recentes demonstram que, se nada for feito, o nível dos mares terá subido1,80 m, em 2100. Vozes mais dramáticas falam em elevação de vários metros.

O mecanismo do possível desastre todo mundo conhece: poluição, introdução excessiva de gases indesejáveis na atmosfera, elevação da temperatura global (efeito estufa), degelo das calotas polares e consequente elevação do nível dos mares.

Os jornais anunciam que representantes de vários governos visitam uma estação norueguesa na Antártida. A idéia é mostrar situação das geleiras e tentar evitar o fracasso da cúpula do clima marcada para dezembro em Copenhague.

Mas se o assunto são os mares, não é só isso. A poluição dos oceanos aumenta a cada dia. O resultado é a formação de extensas “zonas mortas” nas águas marinhas. O que são “zonas mortas”? São regiões extensas onde o acúmulo de poluentes reduz a quantidade de oxigênio da água (hipóxia) impedindo a vida.

Notícias como essas são lidas nos jornais e em geral passamos por elas como se nada tivéssemos com o que está acontecendo. Para começar, 2100 está muito longe e não estaremos vivos para ver as consequências. Quando ouvimos alguém dizer que as populações das regiões litorâneas afetadas pela elevação do nível da água terão que migrar para outros lugares e que isso poderá gerar grandes conflitos, ignoramos essa afirmação que mais parece ficção.

No fim fica a impressão de que somos impotentes diante de problemas tão grandes e que nada podemos fazer. Que posso eu contra o degelo das calotas palares e as extensas áreas marinhas onde não existe vida? Os culpados são as fábricas que poluem o ambiente, o consumo exagerado de petróleo nos países ricos, as queimadas inconsequentes de áreas verdes, o desmatamento da Amazonia e por aí afora. Vai daí que com tantos culpados sentimo-nos livres para poluir: não selecionamos o lixo, jogamos dejetos em praias, abusamos do uso dos plásticos, os escapamentos dos nossos carros…

Não sei quantificar a melhora que teríamos nas condições ambientais caso cada um de nós fizesse a sua parte mas certamente os resultados seriam muito animadores. Que tal tentar?

Não tenho procuração para falar pelo ambiente mas suponho que ele ficará muito grato pela sua cooperação.

Escrito por Ayrton Marcondes

24 fevereiro, 2009 às 10:12 am

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Postado em Biologia, Cotidiano