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De dentro do ovo

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Uma experiência realizada com ovos de gaivota de perna amarela tem resultado inesperado. Cientistas espanhóis separam ovos de uma mesma ninhada. Um deles permaneceu isolado. Os outros dois foram submetidos a situações estressantes como a possibilidade de ataque de algum predador. Depois os três ovos foram, novamente, reunidos. Os três demoraram mais tempo que o normal para se abrir, libertando os embriões. Quando aconteceu vieram os três na mesma posição de defesa como se estivessem ameaçados. A conclusão: embriões de aves, dentro dos ovos, trocam informações. A percepção de ameaças externas e o repasse de informações foi confirmado.

À primeira vista a experiência parece não ter maior significado. E daí? Daí que se torna impossível não se ponderar sobre a relação entre vida animal e a alimentação humana. No mundo 50 bilhões de aves são mortas por ano. Frangos são sacrificados com cerca de 45 dias de vida. Galinhas poedeiras vivem de um a dois anos quando sua expectativa de vida é de dez anos.

No veganismo propõe-se que o ser humano não é melhor, nem pior, que nenhum outro animal. Adeptos do veganismo boicotam empresas, organizações, atividades, etc. que usam animais. A dieta vegana é considerada por eles adequada para todas as fases da vida. Essa dieta é estritamente vegetariana, excluindo-se quaisquer alimentos de origem animal.

Vegetarianos também optam por dieta baseada em vegetais, mas, a diferença dos veganos, consomem alguns produtos de origem animal como lactáceos e derivados. Em suma os veganos são mais radicais que os vegetarianos. Trata-se de um estilo de vida que se contrapõe a toda forma de exploração e crueldade praticada contra animais.

Quem teve a oportunidade de assistir ao sacrifício de milhares de aves ou à morte de animais para fornecer carne a frigoríficos e açougues sabe que isso não se passa na ausência de sofrimento. É chocante presenciar ao golpe fatal que tira a vida de um touro, de um carneiro etc. Obviamente, não se pensa nisso na mesa sobre a qual se serve suculento churrasco. Nem se pondera sobre a vida perdida por aquele frango assado que acaba de sair do forno para compartilhamento durante a refeição. Entretanto, a experiência na qual se constata que mesmo embriões de aves, ainda dentro dos ovos, são capazes de transferir informações, levam-nos a pensar. Os seres cotidianamente sacrificados em prol da alimentação humana não desaparecem sem sofrimento.

A espécie humana domina o mundo tal como hoje o conhecemos. Mas, os animais possuem inteligência e vidas sociais complexas. Galinhas têm noção de futuro. Vacas fazem amizades. Todos animais sentem dor.

Não há igualdade entre as espécies. Mas, o sofrimento precisa e deve ser evitado.