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Belo Monte

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A construção da usina de Belo Monte, no rio Xingu, está dando o que falar. Os que são favoráveis a ela usam o argumento das necessidades energéticas do país, sempre crescentes. É preciso prover o país para necessidades futuras e isso faz parte de previsões obrigatórias do governo. A isso se soma o fato do custo da produção de energia hidroelétrica ser inferior ao das usinas termoelétricas e a possibilidade de geração de 18 mil empregos diretos e 23 mil indiretos na região onde será construída a usina.

Entretanto, existem argumentos fortes contra a construção. Um deles é o custo altíssimo da obra, ainda não completamente estimado. Os 19 bilhões de custo previstos não incluem, por exemplo, os gastos para o transporte da energia do local de sua produção para o restante do país. Outra razão apontada refere-se ao volume de águas do Xingu que decai muito em certas épocas do ano. Desse fato resulta que a capacidade total instalada de 11.233 megawatts, prevista para quando a obra estiver concluída, na verdade será, em média, de 4.571 megawatts.

Ainda contra existe o parecer dos ambientalistas que variam da possibilidade de redução de vazão do rio numa extensão de 100 Km, afetando populações ribeirinhas e índios.

Tudo o que se leu acima está mais que divulgado e explicado na imprensa cotidiana, acrescendo-se o interesse do atual governo na aprovação da obra que faz parte do chamado PAC 2.

Agora, a um cidadão que paga os pesados tributos a que se vê obrigado pela atual legislação brasileira é lícito perguntar: quanto isso vai custar para o meu bolso? E ainda: a construção da usina de Belo Monte é a melhor opção em termos de produção de energia para o país?

Infelizmente ninguém parece estar interessado em responder a essas perguntas. Como sempre acontece Belo Monte envolve grandes interesses políticos e econômicos nem sempre tão claros aos chamados contribuintes. Para ficar no mínimo basta lembrar que o PAC 2 é uma das alavancas eleitorais do atual governo que a todo custo quer se notabilizar por realizações que dêem continuidade à ideologia atual nos próximos governos.

Não deixa de ser constrangedor que um governo em fim de mandato assuma em nome de governos futuros obra da envergadura de Belo Monte. Esse assunto precisa ser discutido mais a fundo, preferentemente à distância das empolgações de cunho eleitoral. O que se exige é responsabilidade dado que o governo financiará a obra, como não poderia deixar de ser com dinheiro público que, queiram ou não, sai da tributação imposta ao trabalho dos brasileiros (você e eu, por exemplo).