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Asteróide incômodo

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Você já ouviu falar do Toutatis? Trata-se de um asteroide cuja órbita é quase igual à da Terra. Ele não é pequeno: tem diâmetro de 4,3 km. Na última quarta-feira o Toutatis esteve à distância dezoito vezes maior do que a que nos separa da Lua.

O Toutatis passa perto da Terra de quatro em quatro anos. Na penúltima vez esteve a uma distância igual a quatro vezes a que existe entre a Terra e a Lua. Entretanto, os astrônomos dizem não haver motivos para preocupações nas próximas centenas de anos porque nesse período não existe a possibilidade do asteroide se chocar com o nosso planeta.

Essa notícia sobre o Toutatis acende no espirito a interrogação de sempre sobre as forças que comandam o universo e esses corpos gigantescos que voam por aí sem que neles exista o menor sinal de vida. A ciência explica a vida em nosso planeta como resultado de um conjunto de circunstâncias que permitiram que moléculas se organizassem nos mares primitivos e dessem origem ao primeiro ser vivo. A partir daí a evolução fez o resto e eis que hoje se ergue a civilização humana resultante de um imenso jogo de probabilidades que acabou dando certo. Obviamente existem restrições a esse modo de ver as coisas, bastando-nos lembrar das muitas vertentes religiosas que se opõem à explicação evolucionista.

Em todo caso essa história de um grande fantasma sob a forma de asteroide rondando a Terra é sempre preocupante. As órbitas percorridas pelos corpos celestes fazem-nos imaginar um universo no qual os elementos sólidos mais parecem presos por fios muitos fortes que os obrigam a se manterem em determinadas posições. Esse fato sugere que pode vir a acontecer a essas galáxias algum tipo de desencontro no qual os cabos que seguram as partes sólidas formem um grande emaranhado e tudo se desarranje numa imensa explosão. Claro que isso fica mais por conta de um filme de ficção que de uma possibilidade real e palpável. Mas, quem sabe no que tudo isso vai dar?

Recentemente assisti, pela TV, a um programa em que cientistas falavam sobre a possibilidade de asteroides virem a se chocar com a Terra. Citavam o grande asteroide que caiu na região do Golfo do México, levantando a poeira que impediu a chegada dos raios solares e levou à extinção os grandes répteis que haviam dominado a Terra por milhares de anos. Em conclusão os cientistas chamavam a atenção dos governos para a necessidade de adoção de medidas protetoras, ou seja, estudos visando a possibilidade de no futuro estarmos à mercê de alguma colisão.

A vida é breve, mas as gerações se sucedem. Os filhos de nossos filhos também têm filhos e a continuidade da vida representa que a civilização terá um futuro com o qual há que se preocupar. Não se sabe como as coisas se passarão em algumas centenas de anos, nem mesmo se a população humana vencerá os desafios que hoje a ela se impõem, grande parte deles relacionados com a ecologia do planeta. Por isso, informes sobre asteroides rondando o lar em que vivemos são sempre preocupantes. O tempo passa muito depressa para que nos demos ao aluxo de ignorar possibilidades de ameaças ao planeta, ainda que distantes.