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Fim de ano

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Nessas últimas horas que nos separam do início de um novo ano o melhor seria não se lembrar de nada. Apagar da memória os acontecimentos do ano que termina e sonhar com um ano novo de céu de brigadeiro. Mas, como se esquecer de um ano que mal começado mostrou logo a que vinha com aquele terrível incêndio numa boate de Santa Maria?

Da espionagem dos EUA até sobre seus parceiros ao encolhimento da economia brasileira 2013 não terá sido ano de deixar saudades. Isso sem falar na abominável guerra da Síria sobre a qual nem mesmo os mais otimistas se arriscam a fazer qualquer prognóstico. E aí está o comércio a reclamar das vendas inferiores realizadas neste natal, fato atribuído à desconfiança do povo em relação às notícias maquiadas pelo governo em relação à economia.

Entretanto, em 2013 duas personalidades dominantes fizeram reacender as nossas esperanças no gênero humano. A primeira delas foi a desse surpreendente argentino que se tonou o novo papa. Esse Francisco é homem despido da vaidade comum dos homens e mostra coragem ao tocar em temas tabus para a igreja. Como se diz por aí, o cara é da hora. Mostra a cara que tem sem subterfúgios, não se escondendo atrás dos véus do Vaticano. Não é preciso ser católico para admirá-lo. Confesso que torci para que um cardeal brasileiro viesse a substituir Bento 16. A princípio a notícia de um papa justamente argentino não desceu bem goela abaixo. Mas, que boa sensação nos trouxe a notícia logo que o novo papa apareceu em público, carismático, líder natural, homem de bom senso o qual, aliás, está em falta no mundo.

A segunda personalidade é a de um homem que nos deixou, sendo reverenciado em todas as partes do mundo. De Mandela pode-se dizer que sua vida foi uma trajetória de constante superação. Quem se der ao trabalho de entender em maior profundidade o regime de apartheid na África do Sul poderá avaliar a real dimensão da obra do Madiba. Um homem que passa 27 anos preso e sai da prisão para quebrar a espinha dorsal do racismo contra os negros, esse homem não é qualquer. Trata-se de um eleito pelos deuses que o fizeram escolhendo a melhor massa possível. Sua vida - e a morte – deixa-nos um grande exemplo o qual deveria pelo menos em parte ser imitado pelos homens que detêm em suas mãos responsabilidades de governo.

Dirão que no Brasil 2013 foi o ano em que a turma do mensalão finalmente foi parar atrás das grades. De modo que a tal história de que a lei só existe para os pobres foi de fato balançada. Mas, ainda há muita coisa por vir e o melhor que se tem a fazer é aguardar para ver se de algum modo a corrupção no país pelo menos será contida. Do que não se tem muita esperança, vejam-se os problemas relacionados às obras para a realização da Copa.

2013 foi o ano em que a roupa suja do Brasil foi lavada em público, exibida aos olhos de muitos países. De repente a corrupção, as mortes de operários em obras, os protestos e muita coisa mais, atravessaram as fronteiras do país e desnudaram-se diante do mundo.