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No mundo dos sommelièrs

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Confesso que gosto de um bom copo de vinho em geral bebo à noite. Solto os cachorros contra a política do governo que aplica altas taxas sobre os vinhos importados. Decorre daí que pagamos caro por vinhos que no exterior se classificam em níveis baixos na classificação por pontos. Paralelamente, a indústria nacional de vinhos avança com a colheita de uvas selecionadas no sul do país. Não sei dizer se os melhores vinhos nacionais se equiparam aos vinhos estrangeiros de excelência. Certa vez estive no Chile e fiquei boquiaberto com a variedade de vinhos à venda nos supermercados. Eram de muitos tipos, classificados nas prateleiras segundo a localização das videiras nas vinícolas. Endoidei. Isso sem falar nos preços muito mais acessíveis pelos quais se pode adquirir vinhos excelentes.

Itália, França, Portugal, Alemanha, Argentina e muitos outros países produzem bons vinhos, alguns caríssimos. Acho fantástico o conhecimento de algumas pessoas sobre vinhos. Paladares muito apurados permitem distinguir não só o tipo de vinho como até mesmo a safra à qual pertence. Pessoalmente nunca falei com um sommelière, mas assisto a alguns programas de TV no qual um deles ensina sobre vinhos.

Existe um filme de 1962 estrelado pelos atores Vincent Price e Peter Lorre aqui exibido com o título “Muralhas de Pavor”.  Price é o maior conhecedor de vinhos do mundo e está num restaurante provando-os para identificá-los. Diante de uma roda de entendidos ele recebe doses de diferentes vinhos e diz de qual se trata e o ano da produção. Está exibindo seus conhecimentos quando aparece um bêbado que acaba de ser expulso de uma taverna - Peter Lorre  -  que o  desafia. Seguem-se cenas nas quais Price utiliza requintes exagerados para reconhecer vinhos, primeiro com o olfato, depois com pequenas quantidades na boca, fazendo o líquido circular nas regiões da língua antes de emitir o seu diagnóstico. Lorre não faz nada disso: enche o copo, vira de um só gole e diz exatamente de qual vinho se trata e a safra. Quando termina o desafio, Price leva o bêbado para a sua casa e a partir daí é preciso ver o filme para saber-se o que acontece nessa trama que se apoia nos contos de Edgard Allan Poe.

Talvez pelo calor - e também pelo preço - a cerveja tem preferência dos bebedores nacionais. Em qualquer bar ou barzinho pelo qual se passa pode-se observar nas mesas garrafas de cerveja ou copos de chope. Tenho um conhecido que jura que só se percebe se uma cerveja é boa ou não na primeira garrafa. Segundo ele depois da segunda ou no máximo na terceira qualquer cerveja bem gelada desce bem. Não sei, não. No Brasil tem crescido a quantidade de cervejas artesanais, em geral muito boas. Mas, parece que o meu conhecido não tem razão porque se verifica que muitos bebedores passam a exigir cervejas de melhor qualidade.

Por falar em sommelièrs é bom lembrar de que existem os especializados em cervejas. A boa notícia é a de que uma brasileira recebeu a medalha de bronze - terceiro lugar - num concurso mundial entre sommelièrs de cerveja realizado na Alemanha. Participaram 53 sommelièrs e ela conseguiu a expressiva classificação que talvez até resulte na realização do próximo concurso no Brasil.

Para alcançar a medalha a sommelière brasileira treinou durante 7 meses, bebendo uma noite por semana. Mas, não basta treino para vir a ser sommelière: é preciso conhecimento, senso crítico, capacidade de reflexão e paladar apurado. Para os interessados existem vários cursos que são divulgados pela internet. Um deles, bastante completo, é oferecido pelo SENAC.

Por fim, se beber não dirija.