Stanislau Ponte Preta at Blog Ayrton Marcondes

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As chacretes

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- Meu caro, as chacretes são uma instituição nacional. Não fazem parte só da história da televisão, não, elas são parte integrante da História do Brasil. Aquelas loucas participaram ativamente do imaginário de pelo menos duas gerações de homens que de deliciavam ao vê-las no “Cassino do Chacrinha”.

Quem me disse isso foi o meu vizinho revoltado que está com a nova novela da Rede Globo na qual uma personagem, ex-chacrete, confessa que aos tempos de chacrete foi garota de programa.

Bem. As antigas chacretes estão se reunindo para protestar porque entendem que a imagem delas está sendo denegrida. De todo modo eis ai um assunto complexo porque envolve a memória de um dos maiores e mais inexplicáveis fenômenos de comunicação do país, o velho guerreiro Chacrinha.

Até quem não curtia o “Cassino” via-se obrigado a reconhecer a incrível criatividade do Chacrinha. Durante anos ele inventou e desinventou, divertindo os espectadores sempre ligados ao seu programa. Chacrinha era desses caras dotados da capacidade do repente, desses capazes de nos surpreender a cada minuto porque nele tudo parecia inesperado.

As chacretes eram as gostosonas do Chacrinha, continuadoras de um tempo em que o brilho das “Certinhas do Lalau” apaixonavam multidões. O Lalau - Sergio Porto, o Stanislau Ponte Preta - entendia as certinhas como as mais bem despidas. Eram mulheres que para o gosto e moda de hoje calcado nas manias de regime talvez parecessem só um pouquinho avantajadas. Mas eram o topo da lista entre as mais belas do país.

Não assisti a nenhum capítulo da novela e não sei dizer se as chacretes estão ou não sendo agredidas. Em todo caso tratei de acalmar o meu vizinho. Ele me contou que mantém em sua casa revistas antigas com fotos da mulherada que fez o Brasil tremer – assim ele se referiu a elas.

Discussões a parte, o fato é que esse assunto me devolveu uma época não tão distante na qual chegava a casa de meus pais e lá estava a turma com os olhos grudados nas loucuras do Chacrinha – e nas beldades, claro, nas chacretes.