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Sexo e agressividade

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Aproxima-se o fim do ano e aparecem retrospectivas nos meios de comunicação. Outro dia um site lançou a pergunta sobre o fato mais marcante de 2011. Confesso que eu não soube escolher “o mais” entre os sugeridos pelo site.

Em 2011 muitas coisas aconteceram, algumas delas interessantes e inesperadas como as revoltas que depuseram antigos governos ditatoriais em países da África. Foi, também, o ano em que Bin Laden foi morto, fato que mereceu grandes comemorações entre os norte-americanos. E o ano vai terminar com a Europa em crise, sendo fortes as ameaças ao euro, moeda comum aos países europeus. Entretanto, em meio à avalanche de acontecimentos, maiores e menores, ocorridos até agora aquele que mais me confundiu foi o caso do Diretor do FMI, Strauss-Kahn, acusado de ter estuprado uma camareira num hotel em Nova Iorque.

Freud afirmava que o homem convive em seu íntimo com dois gigantes os quais deve dominar para viver em sociedade: o sexo e a agressividade. Freud foi pioneiro ao demonstrar que a questão do sexo começa já na infância. O fato é que somos animais civilizados, ou seja, sobre a nossa pele animal existe um verniz civilizatório que nos condiciona a reprimir impulsos agressivos e sexuais. Entre um polo e outro de comportamentos figura uma vastíssima gama de personalidades. No tocante ao sexo chegam a ser chocantes as diferenças de comportamento observadas em diferentes pessoas. Nesse sentido sempre me impressionaram pessoas para quem o sexo torna-se o limite da vida, a razão primordial de viver. Refiro-me àqueles que outro assunto não têm que não o sexo. Não é a toa que em rodinhas onde se encontram apenas homens a conversa descambe para aventuras sexuais ou referências a essa ou aquela mulher. Nunca presenciei rodinhas só de mulheres daí não poder afirmar com certeza como as coisas se passam entre elas, embora possa suspeitar.

Em relação a Strauss-Kahn avolumam-se acusações relacionadas a casos sexuais nos quais esteve envolvido. Depois de ficar preso em Nova Iorque Kahn acabou sendo absolvido e pode voltar para a França. Antes da acusação de estupro ele era um dos mais sérios adversários do presidente Sarkozy nas próximas eleições francesas. Por essa razão existe uma tendência a achar que o que aconteceu a Kahn em Nova Iorque tenha sido uma armação contra ele. Dias atrás um biógrafo de Kahn veio a público para afirmar que tudo não passou mesmo de uma armação. Seguiu-se a divulgação de um vídeo gravado no hotel, no dia em que teria ocorrido o estupro, no qual dois funcionários estão comemorando algo com grande ênfase. Perguntados sobre o motivo da comemoração os funcionários responderam não se lembrar.

Mas, muita gente fala a mesma coisa sobre Strauss-Kahn que, a parte de ser homem muito importante, parece ter um “outro lado” no qual o sexo é a mola que o move obstinadamente. Daí o “Caso Kahn” que muita gente talvez considere menor ficar entre os que mais me impressionaram em 2011. Por que um homem da importância de Strauss-Kahn, Diretor do FMI e futuro candidato à presidência da França, teria se dado ao desfrute de jogar tudo para o alto ao praticar sexo com uma desconhecida funcionária de um hotel que jura ter sido estuprada por ele? À falta de outra explicação o jeito é apelar para Freud: sexo e agressividade não controlados levaram Strauss-Kahn à desgraça, isso caso tudo tenha mesmo ocorrido como se divulgou.

Escrito por Ayrton Marcondes

14 dezembro, 2011 às 10:44 am

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