Serra perde força no eleitorado feminino at Blog Ayrton Marcondes

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O fator feminino nas eleições

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Vi na televisão um jornalista dizendo que falta a José Serra presença suficiente para empolgar os eleitores. Serra é articulado, capaz, sério, educado, cortês, mas não dado a repentes que tornem situações embaraçosas favoráveis a ele. Assim, não apaixonaria os que o seguem: vê-se nele o candidato certo, mas a sensação de intimidade com o homem deixa a desejar.

Serra está atrás de Dilma Roussef nas pesquisas e atribui-se ao presidente Lula esse resultado, afinal ninguém sabe ao certo quem é a candidata e do que é realmente capaz. Agora surgem dados de pesquisas demonstrando que Serra vem perdendo força no eleitorado feminino. São as mulheres, portanto, que estão desertando de Serra, daí a sua queda nas pesquisas.

O Brasil nunca teve uma presidenta da República. Nisso a história do país difere da de países vizinhos como a Argentina e o Chile. Teria chegado a hora das mulheres mostrarem a sua força no país?

Obviamente, uma pesquisa com dados que mostram a queda de Serra por conta do eleitorado feminino suscita muita conversa mole - entre os homens, principalmente. Esse é o tipo de coisa que desperta a sempre presente e pródiga macheza do chamado sexo forte. Vai daí que se especula sobre a influência da pretensa ausência de magnetismo de Serra sobre o eleitorado feminino. De um rapaz, estudante de sociologia, ouvi que caso Serra fosse um cara realmente bonito, levaria na manha as eleições. Para esse rapaz Serra não desperta nas mulheres o carinho que se dedica a um pai ou a um amante. Convenhamos que isso soa demasiado porque, além de opinião pessoal, passa-se a exigir de um candidato mais do que capacidade e retidão. Aliás, nesse sentido, não há que se negar que muita gente que vota tem lá alguma inclinação para aprovar certo tipo de safadeza meio encantadora, daquelas relacionadas a feitos de simples macheza - quando não de natureza sexual - a partir de políticos praticantes. No que, aliás, somos diferentes dos norte-americanos que, falsamente ou não, mostram-se muito apegados aos princípios que os puritanos do May Flower fizeram desembarcar nas terras do grande país do norte - Bill Clinton que o diga. Mas, talvez, aí fale mais alto o espírito latino, veja-se o caso Berlusconi na Itália e o estilo inconfundível do ex-presidente Carlos Menen, da Argentina.

Se tudo isso for verdade, se o que as más línguas dizem por aí valer alguma coisa – o que é muito discutível, destaque-se – o PSDB terá escolhido o candidato errado. O que se diz é que Aécio Neves tiraria de letra a diferença com o eleitorado feminino e suplantaria a sua adversária nas pesquisas. Isso em se concordando com a simpatia inerente a Aécio e o sempre presente nome de Tancredo Neves que o acompanha.

Que me perdoem as feministas se acharem que essas mal traçadas visam diminuir as mulheres, sugerindo que não têm inteligência e votam apenas pelo glamour dos candidatos. Pelo amor de Deus, não é nada disso, trata-se apenas do que andam falando por aí. Quanto a José Serra, que não entre nessa: se o problema for realmente o que se diz não se trata de nada que um bom marqueteiro, auxiliado por um especialista do mundo fashion, não consiga resolver. Qualidades não faltam a ele para assumir a presidência da República.

Avante!