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Consulta ao ex

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Articulista de jornal pergunta por que, antes casar, não consultamos a opinião do(a) ex para saber com que tipo de gente estamos lidando.

Rapaz… excetuando-se bons e pródigos casos é difícil concordar com a ideia. Essa é uma região nebulosa, terreno minado ao qual relutamos retornar. Envolve amor, quem sabe paixão, lares desfeitos, separação de filhos, divisão de bens e todos os comemorativos ligados ao divórcio.

Não sei dizer se os piores ex são os homens ou as mulheres. Impossível generalizar. Pelo que vi e vivi mulheres separadas - pelo menos algumas - continuam se considerando proprietárias de pelo menos parte do ex-marido. Há titularidade e posses em jogo. Nos homens o pior é quando o demônio do ciúme prepondera. Quantas vezes não socorri um amigo diante de um copo de cerveja, afogando mágoas de uma separação que partiu dela. Isso sem falar nesses caras possessivos que batem nas mulheres e, depois, as matam quando elas conseguem livrar-se deles.

Sinceramente, eu não teria coragem de perguntar a um ex de mulher com quem me casaria sobre os prós e contras da futura empreitada. Se me proponho a casar é porque não só estou gostando da pessoa como devo ter identificado seus predicados e defeitos. Obviamente, o amor prepondera e encobre muita coisa. Mas, como dizia o Rosa, viver é muito perigoso. E estamos vivos, não?

O problema é que o cotidiano desgasta. Hoje em dia existe tendência a uniões sem casamentos no papel. Dois apaixonados passam a viver juntos e o futuro a Deus pertence. Bom ou ruim, quem pode saber?

Há muitos anos uma jovem, filha de uma amiga, decidiu-se a se casar. O sujeito era um cara meio difícil, daqueles que só concordou com a cerimônia para satisfazer a vontade da família da moça. Poe ele tudo como dantes no quartel de Abrantes. Então a minha amiga perguntou sobre o que eu achava que ela, a mãe, deveria fazer. Ao que de pronto respondi que nada haveria a se fazer senão seguir a vontade dos noivos. Mas, acabei mudando de ideia. Como a amiga insistiu sugeri que ela fizesse a cerimônia na casa dela. Viria o cartorário, faria o casamento e a coisa se completaria com comes e bebes. A cerimônia emprestaria certa “oficialidade” à união.

Foi assim. O tal casou-se, mas sem deixar de explicar aos colegas de trabalho que estava ali a cumprir a tabela exigida pela família da noiva. Depois viveram alguns anos juntos, sem filhos, e acabaram se separando. Ele não era mau sujeito, mas prepotente e meio difícil de aturar. Não me consta que a moça com quem ele se casara tenha guardado ressentimentos dele. Mas, duvido que se outra mulher a consultasse sobre o ex-marido ela falasse bem dele. Certamente, daria maior ênfase aos defeitos o ex.

Você acha boas as consultas ao(à) ex?