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Deu no New york times

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Leio no NYT sobre o vazio deixado na vida dos pais quando os filhos saem de casa para cursar faculdades. O vazio deixado com a saída dos filhos mostra-se difícil de contornar. Famílias abastadas compram imóveis nas cidades em que os filhos estudam para passar pelo menos algum tempo por ano próximas a eles. Já em casa muita gente apela para a aquisição de animais que sempre emprestam algumas alegrias ao dia-a-dia.

Quando fui fazer o pré-vestibular hospedei-me durante alguns dias em casa de tios na capital. Desde logo me comprometi a sair logo de lá dado o peso no orçamento familiar que faria a presença de uma pessoa a mais. De fato, passados alguns dias eu arranjara um lugar temporário para ficar, mas meus tios de modo algum me deixaram sair. O que veio depois foi que acabei morando com eles por um período de cinco anos.

Quando já se aproximava o final de meu curso superior decidi que já passava da hora de me mudar. Mas, as coisas não se passaram facilmente. Ainda me lembro dos apelos de minha tia para que eu não me mudasse. A imagem dela subindo pela escada do sobrado onde morávamos para não me ver sair com as minhas tralhas é inesquecível.

A minha geração certamente foi muito diferente das mais recentes. Vim de uma época na qual os filhos cortavam os laços de dependência com os pais mais cedo. A vida era difícil, mas com boa formação profissional conseguia-se trabalho com certa facilidade. A carência de bons profissionais gerava razoáveis oportunidades. De modo que gente como eu e meus colegas nos desprendemos do cordão umbilical o mais depressa possível.

Não dá para generalizar, mas observa-se que hoje muitos filhos permanecem em casa de seus pais. Talvez pelos desarranjos da economia a vida em família se mostre mais interessante no sentido de enfrentar dificuldades. Conheço muita gente com filhos de mais de de trinta anos que ainda vivem com os pais.

Certamente o que desejamos para os nossos filhos é que tudo de melhor suceda a eles. Quando estão longe, logicamente nos preocupamos. Mas, cada um tem a sua vida e os desafios próprios a superar. Trata-se de uma ausência consentida da qual não podemos reclamar.