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Pena de morte

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Desde a execução de Caryl Chessman, em 1960, sempre me senti atraído pelas notícias sobre execução de criminosos. O caso Chessman atraiu a atenção mundial. Ele era um ladrão e violador condenado por uma série de crimes praticados em Los Angeles. Preso, estudou direito e fez a própria defesa, dispensando a ajuda de advogados. Além disso, publicou alguns livros, inclusive um romance. Esses livros percorreram o mundo daí a atenção especial dada ao caso. Muita gente via Chessman com carinho e pena. Outros o odiavam, destacando nele a figura de bandido.

Naquele ano eu cursava a primeira série do ginásio. No dia previsto para a execução de Chessman pairava grande curiosidade sobre o desfecho do caso. Sempre existem pedidos de adiamento de execuções, em algumas situações concedidos já com o condenado na sala de execução. Entretanto, naquele dia o adiamento não foi concedido a Chessman.

Estávamos em sala de aula quando o diretor da escola assumiu à porta com ar de gravidade. Inesquecível a imagem daquele homem, ainda moço, e de sua voz potente, comunicando-nos que minutos antes Chessman fora executado. Éramos crianças de 12 anos de idade e o sentido geral daquilo certamente nos escapava. Mas, ficaram as impressões sobre o caso que tanta comoção provocou mundo afora.

Nos casos de condenações à pena de morte sempre nos intrigam aqueles nos quais o condenado nega até o último instante sua culpa no crime que lhe é imputado. Existem casos nos quais mais tarde se descobriu que um inocente fora executado. Ontem, nos EUA, um homem foi executado, embora negasse até o fim ter cometido crime pelo qual fora acusado. Teria ele matado o marido de sua amante para dividir com ela o prêmio do seguro que ela receberia. Acontece que o caso se prolongou demais, ficando o condenado muito tempo no corredor da morte. Esse fato despertou reações por se entender que houvera tortura mental do preso. De fato, numa das vezes estava ele já na sala de execução quando houve mais um adiamento. Mas, ontem, finalmente, realizou-se a execução através de uma injeção letal.

Hoje em dia vigora em nosso país situação caótica na qual a bandidagem está fora de controle, embora esforços do corpo policial. Assassinatos, assaltos, revoltas em presídios e toda sorte de crimes e acidentes ocupam a maior parte do noticiário. Publica-se que no Brasil o número de mortes violentas iguala-se ao de algumas guerras que acontecem ao redor do mundo.

Diante de quadro tão desolador com alguma frequência o assunto pena de morte é lembrado como possível solução para a redução da criminalidade. Como não poderia deixar de ser o assunto empolga, havendo pessoas favoráveis e contrárias à adoção da pena. Especialistas indicam que nos EUA a pena de morte de modo algum influi na redução da criminalidade. Os favoráveis à adoção da pena dizem o contrário. De modo que ficamos mais ou menos na base de palpites que a nada levam. Entretanto, dá para se dizer que antes da adoção da pena de morte no país existem muitas medidas a serem tomadas, medias essas que trariam bons resultados no setor de segurança pública.