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O livro da masturbação

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Há pouco faleceu o grande escritor Philip Roth. Oportunidade para reler o excelente “O complexo de Portnoy” no qual Roth narra as desventuras de um rapaz judeu, Alexandre Portnoy, que desabafa ao seu psicanalista. Um dos capítulos do livro é denominado “Bronha”. Nele Roth devassa a intimidade do jovem Alexandre, trancado no único banheiro de sua casa, não raro usando peças íntimas de sua irmã mais velha. Masturba-se várias vezes por dia. À mãe que bate à porta o rapaz responde que anda mal do intestino. Aliás, tal como seu pai que sofre de uma horrível prisão de ventre. A mãe ordena que ele não dê descarga, quer ver as fezes para orientar-se quanto ao que deve fazer com o filho. Mas, Alexandre está mais preocupado em apagar os sinais de seu pecado.

O livro de Roth foi publicado em 1969, permanece atual e engraçadíssimo. No capítulo sobre masturbação devolve-nos as epopeias da rapaziada a descobrir o sexo e fazer uso da mão para saciar ao apetite invencível.

A ligação entre a masturbação e o pecado tortura muita gente. Além do que muito se fala sobre os perigos do ato de masturbar-se. Associam-se ao ato inverdades que fazem tremer aos incautos. Não sei se perduram ainda hoje maluquices como a de que o sujeito pode ficar tuberculoso caso exagere na masturbação. Conta-se o caso de um sujeito que se masturbou tanto que, após casar-se, não conseguia consumar ato carnal com a mulher pelo fato de que… gastara tudo na masturbação.

Mas, como se disse, a história vem de longe. Em 1830 foi publicado um livro cujo título era “Um livro sem título” com 15 ilustrações, feitas à mão, nas quais, passo a passo, mostrava-se a destruição do corpo pela masturbação. A obra baseava-se num tratado de 1760, o “Onanismo”, no qual o autor afirmava ser o sêmen um “óleo vital” que, sendo perdido, causava perda da força vital e mesmo da razão. Além do que a perda seria responsável por várias doenças.

Assim, na obra “Um livro sem título” o leitor pode acompanhar as fases de deterioração do organismo de um contumaz onanista. Da condição jovial de saúde a um rápido envelhecimento com as costas curvadas, dores terríveis de estômago, dificuldades para andar, insônias prolongadas, apodrecimento e queda dos dentes, tosse com expectoração de sangue, queda de cabelos, perda de apetite, aparecimento de pústulas na pele, febres, delírios e, finalmente, morte aos 17 anos de idade.

O quadro acima seria de fato desestimulante diante de qualquer intenção de gozo através da masturbação. Mas, a rapaziada…

Nas missas o padre relatava a experiência de Onan que, no ato sexual, ejaculava ao lado do leito para não engravidar a mulher. Deus teria punido Onan, matando-o com um raio. Do pecado de Onan restou-nos o termo onanismo, sinônimo de masturbação.

A velha piada segue firme por aí. Trata-se da pergunta feita a um rapazote: sabe que quem se masturba tem pelo na mão? A resposta instintiva é o jovem imediatamente olhar para a palma de sua mão.