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Pesquisas eleitorais

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O atual governo publica série de medidas indispensáveis que deverão ser adotadas pelo novo governo, de preferência no primeiro trimestre do próximo ano. Trata-se de alerta baseado em números reais. O país está a ultrapassar o limite de tolerância em relação às contas públicas. A previsão é a de que se medidas urgentes não forem tomadas a bancarrota será certa.

Enquanto isso candidatos aos cargos eletivos se digladiam em acusações, buscando convencer o eleitorado de suas intenções de governo. Infelizmente ficam apenas no terreno das intenções. Ninguém se aventura a falar, claramente, sobre o que será necessário fazer. Há o receio do descontentamento dos eleitores diante da previsão de medidas duras a serem adotadas, porém necessárias.

Há quatro dias das eleições polariza-se a disputa de dois candidatos pela presidência da República. Nenhum dos dois parece reunir condições para despertar a confiança dos eleitores. Fala-se por aí sobre a escolha entre o ruim e o pior. Será?

A atual campanha é nascida do desespero e da desconfiança. O despreparo dos postulantes é mais que evidente. Contam eles, certamente, com seus seguidores. Mas, às vésperas do pleito, milhões de pessoas se perguntam sobre a escolha menos pior. Esse exército de indecisos poderá causar alguma surpresa quando o resultado das urnas for publicado.

Ouvi que há algo de errado num país em que as novas gerações não lograram produzir políticos de peso. Além do que a destemperança acusatória contribui, e muito, para o crescimento da desconfiança em homens públicos.

Acabo de encontrar, por acaso, com um conhecido que militou contra a ditadura. Consta que à época teria sido preso e torturado. Ele me falou sobre o medo em relação à eleição do futuro presidente. Pesa a ele o receio do retorno da ditadura. Tem como certo que a vitória do candidato do PSL representará o advento de novos tempos ditatoriais. Digo a ele que, por outro lado, o adversário mais forte está ligado ao grupo acusado pelos recentes casos de corrupção no país. Ele encerra a conversa, dizendo que votará em qualquer um que seja contrário à volta do regime ditatorial.

Eu. Ora, até agora não sei em quem vou votar.

A dança dos números

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Depois da tragédia que retirou da corrida presidencial o pernambucano Eduardo Campos o mundo da política virou de cabeça para baixo. Marina Silva foi indicada como substituta de Campos e seus dois concorrentes mostram-se atônitos. Marina cresce em pesquisas e nas simulações aparece com grande possibilidade de vencer as eleições no segundo turno. Aécio Neves do PSDB passa por momento difícil agora que está em terceiro lugar nas pesquisas e distante de Marina Silva, a segunda colocada.

Ainda hoje nos ressentimos do triste destino de Eduardo Campos. Talvez para mim a morte dele se pareça mais incompreensível porque o avião no qual viajava caiu aqui perto do lugar onde trabalho. De tudo o que então se passou guardei o que disse o dentista chamado para ajudar na identificação dos restos mortais de Campos: era impossível reconhecer a arcada dentária tal como ficaram os corpos depois do acidente. Enfim, poucas horas antes o homem falava ao país em entrevista no Jornal Nacional, forte, lúcido e cheio de esperanças para, na manhã seguinte, ser transformado num corpo sob análise no IML.

Mas, a vida continua. É do homem o espírito guerreiro, a vontade de conquista, muitas vezes e infelizmente a ânsia de dominação. De modo que bem depressa a figura de Eduardo Campos vai sendo esquecida dado que mortos devem ficar onde estão, ou seja, no passado. E começa a corrida com a divulgação de pesquisas que deixam o eleitorado alarmado. Inicia-se a dança de números que ora favorecem, ora pioram, as projeções dos candidatos.

O que está na boca do povo é mais que a surpresa da ascensão de Marina Silva. Afinal, quem é mesmo essa Marina Silva e do que é realmente capaz? Até agora não se tem respostas concretas em relação ás dúvidas que cercam a personagem Marina Silva. Terá ela, caso venha a ser eleita, capacidade e experiência para vir a dirigir o país? Não se sabe.

As engrenagens políticas são complexas e sabe-se que só uma pessoa não consegue ter nas mãos todo o poder disponível. Entretanto, a história muitas vezes desmente a afirmação anterior. Há casos em que se elege alguém para a presidência mesmo não se pondo muita fé em sua pessoa. George W. Bush é um bom exemplo disso. Gozava-se muito o Bush na imprensa. Mas foi bem ele que decidiu atacar o Iraque buscando armas de destruição em massa que simplesmente não existiam. Cabe a ele responsabilidade sobre os desdobramentos políticos e sociais ainda sem soluções à vista no Oriente Médio.

Mas, que venha bem a Marina Silva que subitamente transforma-se numa esperança das mudanças de que o país tanto necessita. Mulher de força ela é, isso não se pode negar. Sair das condições em que saiu e chegar aonde chegou demonstra determinação e capacidade de liderança.

Em breve saberemos no que tudo isso vai dar. Enquanto isso resta-nos acompanhar a dança dos números publicados pelo IBOPE e pelo DATAFOLHA.