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No calor da hora

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Mais de 1 milhão de pessoas saíram às ruas em São Paulo, pedindo o fim do governo. Menos de 100 mil manifestaram-se contrários à mudança de governo. Nos jornais, diariamente, aparecem opiniões divergentes. Há favoráveis e contrários ao fim do atual governo.

Em ambos os lados se destacam radicalismos. Conheço um petista capaz de dar a vida por Lula se preciso for. Para ele tudo não passa de armação das tais “elites” que de modo algum podem aceitar a ascensão das classes mais baixas. A situação atual teria sido gerada por acordo entre os membros da classe dominante que não suportam conviver com o povão nos aviões, em shoppings etc. Cada um no seu lugar…. Sem esquecer a perseguição da imprensa.

Também conheço gente que já não tolera os erros do governo, as mentiras, as ações confusas e o “salve-se a qualquer custo” para se manter no poder. Dedo em riste um conhecido acusa o governo e seu partido de terem roubado escandalosamente, sendo o ex-presidente nada mais que vulgar chefe de quadrilha.

Esse o espírito do momento que desperta tão apaixonadas e acaloradas discussões. Enquanto isso, o país naufraga sem que seja possível qualquer tipo de acordo. O “nós contra eles” infelizmente tem sido estimulado e as consequências são imprevisíveis.

Pois é, as consequências. É do que menos se fala no calor da hora. Todo mundo sabe do perigo das paixões escancaradas. Casais se matam por paixão, isso acontece todo dia. Paixões são sempre perigosas. Pois não será demais dizermos que estamos a um fio de que tudo isso se torne uma convulsão incontrolável. Pode-se até mesmo dizer que o pavio da bomba está aceso.

Todo mundo sabe muito bem sobre tudo isso que está escrito acima. Entretanto, as coisas caminham como se estivéssemos num lindo parque verdejante, com muito sol e passarinhos cantando. Pois é sobre esse jardim mais feliz do mundo que alguém, dias atrás, estranhando o silêncio das forças armadas, perguntou: quando é que os militares vão entrar em cena?

Nossa!