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O perde-ganha

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As fotos de políticos vencedores nas eleições ocupam primeiros planos nos meios de comunicação. Faces iluminadas por largos sorrisos retratam a alegria da vitória. Expandem-se as almas que se projetam em promessas de futuras realizações. Mar calmo na superfície, como serão as ondas nas profundidades? Mas, não há que se pensar nisso. A vitória empolga. O vitorioso se transcende. Tudo azul em céu de brigadeiro.

Nas sombras transitam os derrotados. Semblantes tensos, cabeças baixas, economia de declarações. Não há o que dizer quando a rejeição do eleitorado se revela. Análise de erros, autocrítica? Seguir adiante ou desistir? Quem sabe. Nada como um dia após o outro. O ferro que fere também poderá servir como arma no futuro. Se houver futuro.

A classe política está em baixa. Mas políticos são políticos e deles tudo se espera. É como se o ser político se diferenciasse do homem comum do dia-a-dia. O cidadão que discursa no palanque comporta-se de outro modo quando se despe da condição de político. Parece que na política tudo se justifica. Em casa a moral pode ser outra.

Dirão que nem sempre é assim. Verdade. É preciso separar os bons dos maus. Também verdade. Há gente séria e honesta militando nas hostes partidárias. Claro que sim. Mas, então, por que parece ser tão difícil identificá-los?

Entretanto, existem personagens políticas que permanecem nas memórias. Nem sempre são os melhores, mas o carisma natural que possuem contribui para seu sucesso.

Lembro-me de relatos sobre um controvertido político do passado que foi governador de São Paulo. O Sr. Adhemar de Barros notabilizou-se por seu estilo inconfundível. Um antigo juiz, na época em atividade numa comarca do interior, relatou-me de seu encontro com o então governador que passava pela sua cidade. Por obrigação o juiz foi visitar o governador no hotel onde se hospedava. Conduzido por um assessor o juiz foi levado ao quarto onde estava o governador. Ao entrar deu com o governador inteiramente nu. Após o que se sentaram e seguiu-se a conversa protocolar. O juiz metido num terno, o governador nu. Até a despedida.

Minha tia me contou sobre a passagem de Adhemar pela cidade onde ela morava. Moça na ocasião, minha tia teve a oportunidade de apertar a mão do conhecido político. Depois disso relatou-me ela não ter lavado a mão por uma semana… Eram outros tempos.

Políticos e seus seguidores…