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Bom humor

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As pessoas andam carrancudas e não sem razão. Cinco meses após o início da pandemia no país, vivendo sob confinamento e perigos de contaminação, é de se esperar que não exista bom humor que resista a tanto.

Fato é que o mundo vai perdendo a graça. Muita gente procura a alegria fugaz de trocas de mensagens que parecem se esgotar pouco depois das postagens. Quem faz parte de grupos no whats está habituado a encontrar toda sorte de mensagens amigáveis a cada dia que começa. Orações, imagens de flores, dizeres estimulantes, vídeos com músicas orquestradas, votos de felicidade e todo um arsenal de recursos são utilizados no endereçamento de mensagens de solidariedade. As pessoas se procuram quando o futuro é incerto e a humanidade sente-se ameaçada.

Mas, não há que se ignorar que mesmo nesse contexto sobressaem-se as características próprias de cada temperamento. Assim, os naturalmente mais alegres e participativos se esforçam para manter o ritmo habitual de suas bonomias. Já aos mais carrancudos a ocasião se configura mais propícia ao aprofundamento de seu caráter menos bem humorado.

Talvez o largo espectro de personalidades seja útil para tentar explicar comportamentos incomuns que, com frequência, têm acontecido. De fato, revoltas aparentemente represadas diante do que se passa no mundo parecem ganhar fôlego para explosões momentâneas com consequências por vezes desastrosas. Um simples desentendimento no trânsito, por exemplo, proporciona reações descabidas e violentas que não raramente resultam em crimes. Veja-se o caso de uma senhora que ousou indicar ao motorista do carro ao lado a necessidade de ligar a seta. Ato contínuo, ao pararem no sinal, foi ela violentamente agredida pelo motorista que, jogando-a no chão, aplicou-lhe violento chute na face. Não deixa de ser interessante a declaração da mãe do agressor ao se dizer surpresa com a ação do filho.

O ar que se respira nesses dias está mais denso isso significando que as paciências andam bem mais curtas. Com a economia em frangalhos, empresas fechando, desemprego, falta de dinheiro e de esperança de dias melhores cresce muito o peso que se leva sobre as costas.

Na televisão um psiquiatra recomenda calma e muito cuidado. São novos tempos aos quais não estamos habituados. As crianças não vão à escola, os idosos não saem às ruas, o uso de máscaras e o distanciamento entre pessoas é necessário. Há medo e insegurança. Estatísticas sobre mortes são anunciadas a cada dia e, por enquanto, não existem perspectivas de que as coisas voltem aos eixos.

Portanto, cuidado e muita paciência.