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Aquecimento Global

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Há quem não acredite no aquecimento global ou quem não esteja nem um pouco preocupado com ele. Para muita gente essa história de emissão de gases-estufa não passa de argumento para discussões intermináveis que se traduzem em pressões entre governos. Ao entrar na pauta de negociações o aquecimento global serviria a interesses vários, nem sempre direcionados ao bem estar comum. E assim por diante.

De uma coisa podemos estar certos: pouca gente se dispõe a abrir mão de seu modo de vida em prol da saúde do planeta. Nos países ricos prevalece a idéia de que os mais pobres é que devem ser mais contidos. O “The american way of life” é uma prova substancial dessa afirmação.

O recente encontro entre os presidentes Obama e Hu Jintao foi uma decepção em termos de acordos climáticos. É preciso lembrar que, juntos, EUA e China são responsáveis pela emissão de 40% dos gases responsáveis pelo efeito estufa. O presidente chinês fechou a conversa com a seguinte frase: “Cada país fará a sua parte de acordo com a sua capacidade”. De concreto, nada. Para Obama o mundo deve ser convocado para buscar a solução para o problema climático.

A oportunidade está próxima: dentro de poucos dias terá início a Convenção de Mudanças Climáticas da ONU, a ser realizada em Copenhague. Se atentarmos para a evolução anterior das discussões sobre o assunto infelizmente não teremos motivo para achar que do encontro sairá um tratado capaz de reduzir a emissão de gases-estufa.

Enquanto isso, o clima vai sendo alterado e a olhos vistos. Não me lembro de períodos tão longos de transformações climáticas abruptas e com conseqüências danosas para a população. O sul do Brasil tem sido alvo de grandes tormentas que ultrapassam as médias anuais desse tipo de acontecimento. Grandes ventos, tornados, vendavais, chuvas e enchentes têm se tornado rotina na vida de milhares de pessoas.

É indispensável que pelo menos um grande passo seja dado na reunião de Copenhague. Trata-se da necessidade de minimizar um risco que cresce a cada dia. Segundo um relatório das Nações Unidas, de 2006, a população humana atual de 6,2 bilhões de habitantes deverá a chegar 9,2 bilhões em 2050. Serão mais 2,5 bilhões de pessoas alimentando-se, poluindo, grande parte delas dirigindo carros.

Está mais que na hora dos governos buscarem soluções alternativas para o problema da energia. Todo mundo repete isso e não se pode negar que se dissemina cada vez mais a consciência coletiva sobre essa necessidade. Mas de nada adianta ficar nas palavras como, aliás, acontece com esse texto.

É preciso agir: acordos entre governos, ações efetivas e a participação das populações de cada país. Sem romantismo. Sem essa de que o nosso pobre planeta está ameaçado e precisamos fazer alguma coisa. É para fazer e pronto. As gerações futuras agradecem.

O Dia do Homem

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Hoje, 15 de julho, comemora-se, no Brasil, o Dia do Homem. A homenagem ao homem foi proposta pelo ex-presidente russo Mikchail Gorbachev e apoiada pela ONU. A idéia era a de uma comemoração internacional no mesmo dia, mas cada país acabou escolhendo uma data.

Note bem: não se trata do Dia do Homem – espécie humana: é o Dia do Homem mesmo, o que exclui as mulheres que já têm o seu Dia Internacional da Mulher,comemorado em 8 de março.

Rejubilai-vos, portanto, ó homens, porque este é o vosso dia!

Finalmente e oficialmente reconhecidos, resta-nos perguntar: afinal o que é que se comemora? A masculinidade? A virilidade?

Uma rápida consulta na internet digitando as palavras “Dia do Homem” nos devolve várias referências, a maioria delas com piadas a respeito do papel do homem. Numa delas, machista, pergunta-se: quem é que levanta os pés quando ela varre a sala? E vai-se por aí afora.

No Dia do Homem vale lembrar que o papel do homem tem mudado ao logo dos anos, tanto na família como na sociedade. Ainda bem! Descontados os espíritos mais apegados à posição dominadora do homem na família, a verdade é que a libertação das mulheres devagar vai retirando dos ombros masculinos o peso de enormes responsabilidades. A palavra “divisão” passou a soar bem aos ouvidos masculinos ainda que, às vezes, provoque recaídas por ofensa à vaidade dos machos. É desse modo que estatutos milenares de dominação vão sendo minados e a mulher passa a repartir espaços antes só pertencentes a pessoas de sexo masculino.

Mas, homem é homem e todo mundo sabe disso, inclusive das obrigações inalienáveis ao sexo de Adão. Um barulho dentro de casa na madrugada, quem deve se levantar e enfrentar o perigo? Ratos, aranhas, baratas, de quem é o papel de exterminador? E quanto àquelas malas pesadas? E a quem cabe cuidar dos carros? Se o chuveiro queimar, se a pia entupir, se houver um vazamento, se houver bronca com o vizinho… E a quem cabe esperar, já vestido, prontinho, naquela meia-hora de atraso para a festa dos amigos? E por aí afora. Vida de homem é dura, não custa lembrar.

Brincadeiras à parte, convenhamos que esse tal Dia do Homem é muito bem-vindo. Há muita coisa para ser lembrada na data que o bom Gorbachev, aquele que derrubou o muro, inventou. Creio que neste dia os órgãos públicos deveriam aproveitar a oportunidade para lembrar aos homens que eles têm próstata e que eles precisam cuidar dela, isso pra ficar num só exemplo. Também não seria mau se as pessoas se lembrassem que o machão da família não é tão machão e fortão assim e vive dando um duro danado para manter as coisas nos lugares e as pessoas felizes. E, também, que apesar do jeitão às vezes meio arisco e auto-suficiente, esses caras chamados de homens não passam de uns crianções que gostam muito de receber um carinho. Aliás, hoje é um bom, um excelente dia para presenteá-los com um abraço, daqueles bem apertados e, se o tempo estiver bom, uma montanha de beijos.

A congregação masculina agradece.