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D Pedro I

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Capricha-se negativamente em relação aos personagens da dinastia portuguesa que empreendeu a descoberta, a colonização e implantou o império em nossas terras. Ninguém escapa. D João VI é tratado como quase idiota. Em relação a D. Pedro I valoriza-se sua sexualidade exacerbada. D Pedro II nada mais teria sido que um Habsburgo com pretensões intelectuais, perdido nos trópicos.

Sobre D. João VI o melhor a fazer é ler o grande livro de Oliveira Lima, “D. João VI no Brasil”. Se depois da leitura dessa obra formidável restar algum tipo de dúvida sobre o rei português há que se considerar a possibilidade de certa dose de má vontade. Aliás, sobre D. João VI bastaria lembrar sua visão ao deixar aqui seu filho, mantendo o país sob o domínio da coroa portuguesa.

D. Pedro veio ao Brasil em 1808 quando a família real portuguesa fugiu de Portugal para não lutar contra tropas francesas. Tinha, então, oito anos de idade. Em 1817 casou-se com D. Leopoldina de Habsburgo, filha do imperador da Áustria. Mas, em 1820 seu pai, D. João VI, retornou a Portugal por causa da Revolução Liberal do Porto. D Pedro ficou na colônia como príncipe regente, nomeado que foi em 1821.

Mas, as Cortes portuguesas passaram a insistir no retorno do regente a Portugal. Atendendo aos pedidos dos brasileiros D. Pedro decidiu ficar, fato conhecido como “Dia do Fico”. Entretanto, a pressão de Portugal prosseguiu condição que o levou a proclamar a independência no dia 7 de setembro de 1822.

Com a independência iniciava-se o Primeiro Reinado que durou até 1831 quando D. Pedro I abdicou e retornou a Portugal. Como seu pai, D. Pedro I deixou aqui seu filho que, mais tarde, seria coroado imperador aos 14 anos de idade. D. Pedro II seria imperador do Brasil por quarenta anos, até a proclamação da República em 1889.

Os fatos lembrados acima são de conhecimento geral. Fazem parte dos currículos de História do Brasil ensinados nas escolas. Entretanto, não se emprestam a eles as devidas reverências. A cada ano, por ocasião da comemoração da independência do país toma-se D. Pedro I pelo que teria de menor, ou seja, sua sexualidade descrita como exacerbada. Somos lembrados da amante de D. Pedro I, Domitila de Castro, a Marquesa de Santos. Os meios de comunicação tornam a falar sobre a amante, a casa onde viveu, o túmulo onde está enterrada etc.

Lembrar de Pedro I através de suas aventuras amorosas é pouco para um homem que tornou o Brasil independente.

Escrito por Ayrton Marcondes

7 setembro, 2019 às 10:38 pm

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