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Nervos em fúria

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No trânsito. Manhã de sol, temperatura agradável, na janela do apartamento um canário engaiolado canta. Sinal fechado. De repente a porta do carro da frente se abre e aparece o motorista que, dedo em riste, aponta para frente.  Num segundo surge o motorista do outro carro, muito bravo. Os dois homens discutem. Dá para ouvir um deles dizendo que, afinal, tratava-se apenas de um esbarrão, nenhum amassado. Mas, a essa altura o tempo já está quente. De um dos carros desce um homem, do outro dois. Pronto: são cinco pessoas discutindo acaloradamente. Um deles, um baixinho, é mais aguerrido. Ele perde o controle e é preciso segurá-lo para que não agrida o motorista do outro carro.

O sinal abre, mas ninguém se aventura nem mesmo a buzinar. Os que discutem parecem pessoas preparadas para o que der e vier. Receia-se que um deles saque de uma arma e sabe-se lá o que poderá acontecer em seguida.

O confronto não se resolve bem. O baixinho é forçado por um de seus companheiros a entrar no carro. De repente, todos estão em seus carros, esperando pela abertura do sinal. Inexplicavelmente o primeiro motorista, aquele que desceu com com o dedo em riste e começou a confusão, sai novamente do carro e começa a gritar. Mas, o sinal abre, o carro da frente acelera, distanciando-se. A impressão é a de que o sujeito que ainda grita o siga para continuar a discussão.

Respiramos aliviados. Enorme confusão gerada por quase nada. Mas, felizmente, não foi dessa vez. Saímos ilesos, nenhum tiro, nenhuma morte. Pode-se considerar que tivemos sorte. Hoje em dia quase tudo termina em assassinatos. Estar por perto de uma discussão dessas oferece o risco de ser atingido por uma bala perdida. Acontece toda hora

Já no trabalho me sinto feliz. Ganhei o meu dia, a minha sobrevivência.