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Djalma Santos

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Não me perguntem o ano, mas vi jogar o então jovem Djalma Santos, defendendo as cores da Portuguesa. Teria eu por volta de 12 anos de idade - não sei ao certo -, morava no interior e estava em casa de um tio, em São Paulo. O apartamento do tio ficava na Alameda Nothman, bem atrás do Liceu Coração de Jesus. Pois na ocasião jogavam o São Paulo e a Portuguesa, no Pacaembu. Meu irmão mais velho me levou ao estádio e foi nessa ocasião que pude ver Djalma Santos jogando, ele que batia laterais com muita força, lançando a bola dentro da área dos adversários.

Djalma foi um grande jogador, dos maiores em toda a história do futebol brasileiro. De regularidade impressionante esteve na lista dos melhores jogadores da Copa de 58, embora tenha jogado apenas a partida final contra a Suécia.

Djalma, o grande Djalma Santos, morreu ontem e deixa saudades. Jogava muita bola, tanto que tinha o respeito até das torcidas adversárias.

Dias atrás escrevi que o mundo vai sendo progressivamente despovoado, obviamente me referindo não à redução da população, mas ao desaparecimento de pessoas que fizeram parte do mundo em que vivemos e conhecemos. Ontem também foi o dia em que o grande, o enorme sanfoneiro e compositor Dominguinhos faleceu após longa internação hospitalar. Conheci Dominguinhos num hotel ao tempo de minhas andanças pelo sertão da Bahia. Homem de grande simplicidade, sorriso fácil, atraia por simplesmente existir. Era uma enormidade tocando seu instrumento daí sua morte se constituir em perda irreparável para a música popular brasileira.

E chega a notícia da morte do boxeador Emile Griffith que foi campeão dos médios e teve sua carreira marcada pela morte de um adversário brutalmente atingido por ele durante uma saraivada de golpes. De Griffith me lembro de sua terrível luta contra o argentino Carlos Monzon, realizada no Luna Park em Buenos Aires. Griffith foi derrotado nessa luta inesquecível, mas deixou nas memórias a sua incrível técnica de defesa com os dois braços na horizontal, em paralelo à frente da cabeça e do tórax.

Devagar, mas com persistência, o homem da foice vai fazendo vítimas, abrindo espaço para novas gerações.