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Cauby

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Emocionado ao receber a notícia da morte de Cauby Peixoto. O cantor que desaparece fez parte da história de vida de milhões de brasileiros nas últimas seis décadas. Com ele aprendemos a cantar músicas inesquecíveis como a famosa “Conceição” e essa maravilha chamada “Bastidores”.

Cauby era proprietário de uma das maiores vozes entre intérpretes brasileiros. Os mais velhos o colocavam junto de Orlando Silva que, para muitos, terá sido o maior cantor do país. Mas, Cauby sempre se mostrou eclético. Variando entre samba, canções, jazz, músicas de carnaval, foxtrotes, músicas italianas, bossa nova e até rock Cauby notabilizou-se pela voz à qual nenhum ritmo parecia estranho.

Às novas gerações certamente escapará a dimensão do fenômeno Cauby. Ele tornou-se ídolo numa época anterior à da televisão na qual predominava o rádio. Era o grande Cauby da Rádio Nacional, sempre espalhafatoso, atraindo multidões de fãs que simplesmente o atacavam. É conhecido o fato de seu empresário mandar fazer costuras frágeis em seus ternos para que as fãs pudessem rasgá-lo quando em contato com o grande ídolo. Sempre cantando, Cauby resistiu aos modismos, tantas vezes incorporando-os ao seu repertório. Morto aos 85 anos de idade, pode-se dizer que Cauby desaparece em plena atividade, ainda se apresentando em duos com sua sempre querida Ângela Maria.

Lembro-me de que no final dos anos 50 do século passado Cauby excursionava apresentando-se em várias cidades do interior do país. Certa ocasião o cantor apresentou-se numa cidade de São Paulo na qual eu cursava a primeira série do então ginásio. A expectativa e o frenesi pela presença de Cauby na cidade são inesquecíveis. Não se falava noutra coisa. O grande Cauby despertava em fãs não só curiosidade e admiração, mas puro fascínio. Era o ídolo vindo da capital federal, aquele que frequentava as capas de revistas e reinava como cantor na época das Rainhas do Rádio como Emilinha Borba, Angela Maria e Dalva de Oliveira.

Poucas vezes o país terá tido uma estrela da grandeza do cantor que hoje desaparece, deixando órfãos a nós, seus eternos fãs.