“Michelle” de Lennon&McCartney at Blog Ayrton Marcondes

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Paul

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Para ser franco assimilei a música dos Beatles aos poucos, diria vagarosamente. Nos anos 60 do século passado ouvia-se aqui muita bossa nova e, também, jazz. O jazz nos chegava através dos LPs importados encontrados nas boas lojas de discos do velho centro de São Paulo. Já os Beatles tornaram-se mania da noite para o dia. De repente a banda inglesa invadia o cotidiano com sua música efervescente. E os rapazes da banda vinham para mudar os costume s com seus cabelos longos e toda a loucura de suas apresentações e comportamentos. Era um novo ritmo enlouquecedor que arrastava atrás de si milhões de jovens sequiosos por um novo modo de ser.

A minha relação inicial com os Beatles foi algo traumática. Morava eu em casa de um primo apaixonado pela banda inglesa. Ele não só passou a usar roupas apropriadas como deixou os cabelos crescerem. E ouvia os Beatles quase que o tempo todo. Lembro-me bem de quando o meu primo chegou à casa como LP “HELP”, de 1965. Aquilo foi uma loucura. As música do disco entravam na minha cabeça a ponto de sabê-las de cor. Os meus tios não suportavam tamanha pressão. Nem eu. Mas, de nada adiantava reclamar porque o meu primo se tornara um beatlemaníaco de primeira linha e, a bem dizer, se passara para o lado de lá.

Comecei a sucumbir certo dia em que, ao acaso, ouvi a música “Michelle” de autoria de Lennon&McCartney. “Michelle” fazia parte do primeiro álbum da banda o “Rubber Soul” de 1965. Depois desse dia qualquer, em 1968, comecei a prestar mais atenção à incrível genialidade dos rapazes da banda. À dupla Lennon&McCartney devem-se composições realmente fantásticas daí resultando que até hoje são ouvidas, reinterpretadas por toda sorte de músicos.

Decididamente, tornei-me fã de Paul McCartney. Entre ele e Lennon, sempre ele. Com o passar do tempo e o fim da banda Paul continuou com outros grupos, sempre compondo. Na primeira vez que ele veio ao Brasil foi uma comoção geral. O astro estava entre nós. Era um homem de carne e osso sobre um palco, imantando milhares de fãs. Uma amiga que assistiu ao show confessou-me ter chorado de emoção.

Agora Paul tem voltado com certa regularidade ao nosso país. De certa forma as visitas humanizam o mito que vai se tornando “normal”. Mas, nunca se tornará corriqueiro. O cara é simplesmente Paul McCartney e isso nunca foi, nem será pouco. De minha parte continuo na condição de fã incondicional.