Leopoldo Heitor e Dana de Teffé at Blog Ayrton Marcondes

Arquivo para ‘Leopoldo Heitor e Dana de Teffé’ tag

Pinheiro Machado

escreva o seu comentário

O famoso advogado Leopoldo Heitor morreu em 2001 e levou consigo a solução do mistério sobre Dana de Teffé. Dana era tcheca de origem judia e se casara com o embaixador brasileiro Manuel de Teffé von Hoonholtz.  Riquíssima, após separar-se do embaixador contratou Leopoldo Heitor como seu advogado. Numa viagem pela via Dutra em companhia de Heitor, Dana de Teffé desapareceu. Leopoldo Heitor explicou o desaparecimento, dizendo que Dana De Teffé fora vítima de sequestro. Acusado de assassinato Heitor foi preso. O rumoroso caso atraiu a atenção dos brasileiros no início dos anos 60 do século passado.

Mais tarde Leopoldo Heitor participou de programa de TV no qual entrevistou Manso de Paiva, assassino do senador Pinheiro Machado. Perguntado se tinha algum arrependimento pelo crime cometido Manso disse que não. Matara Pinheiro Machado pelo bem do Brasil, para extirpar o mal que o senador representava para o país.

Pinheiro Machado era considerado como o Condestável da República. Gaúcho que lutara contra as hostes de Gumercindo Saraiva durante a Revolução Federalista elegera-se senador e exercera poderes excepcionais durante o quadriênio do Marechal Hermes da Fonseca na presidência da República. Em 1915 Pinheiro era combatido pelos adversários e jornais que o criticavam. Mas, era homem forte e valente. Certa ocasião, logo após a posse de Hermes, quase foi linchado por uma multidão que o aguardava nas portas do senado. Sua resposta ao cocheiro que perguntou o que deveria fazer para saírem dali é famosa: “Nem tão devagar que pareça afronta, nem tão depressa que pareça medo!”

No dia 8 de setembro de 1915 Pinheiro Machado, vindo do Senado, adentrava o saguão do Hotel dos Estrangeiros, no Rio de Janeiro quando foi surpreendido pelo ataque de Manso de Paiva que o apunhalou pelas costas. Relata-se que, após o assassinato, Manso sentou-se e esperou a chegada da polícia, entregando-se.

Nunca se soube se Manso de Paiva agira a mando de interessados no desaparecimento de Pinheiro Machado. Aliás, Manso jamais mudou sua primeira versão: agira por conta própria e para o bem do país.

Nos últimos dias temos presenciado a progressão de um clima de tensão no país. Em meio a ânimos exaltados proliferam radicalismos e tudo pode acontecer. Não será nenhuma surpresa se elementos radicais se aproveitarem da situação para perpetrar ações destemperadas. A expulsão de conhecidos políticos, durante recente manifestação, serve como termômetro da situação atual. Como no tempo de Pinheiro Machado o perigo é iminente.