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Adeus Iraque

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Mais de sete anos depois os EUA retiram suas tropas do Iraque e legam à História uma muito mal tecida colcha de retalhos, alguns deles com uma inscrição ilegível, mas que bem poderia ser “não existem bonzinhos quando estão em jogo os interesses nacionais”.

A verdade sobre todos os fatos é que não existe verdade. No grande jogo de interesses as informações são manipuladas e as explicações muitas vezes tecidas sobre enormes farsas, a começar pela razão apresentada pelo governo Bush para invadir o Iraque: colocar fim às armas de destruição que o Iraque estaria desenvolvendo.

Com a humanidade em perigo, nada mais justo que os campeões da democracia tomassem para si a missão de salvar o mundo. Assim foi. Os norte-americanos desembarcaram no Iraque e, rapidamente, desestruturaram o Estado iraquiano, levando o país a um estado de confusão praticamente insolúvel no qual saques e violências não reprimidas tornaram-se norma. A motivação de prender Saddam Husseim, colocar fim à ditadura e devolver o país à democracia foi substituída por um estado de anarquia com conflitos de etnias e sempre muita violência.

Agora os EUA vão-se embora sem ter alcançado os resultados prometidos e, pior que isso, sem encontrar as armas de destruição que, afinal, nunca existiram. A essa altura é impossível prever o que acontecerá ao povo do Iraque daqui por diante. A torcida, obviamente, é para que as coisas se ajustem.

Da malfada Guerra do Iraque restam-nos fatos e imagens que dificilmente serão esquecidas. A derrubada da estátua de Saddam é uma delas, acontecimento seguido pela infeliz cobertura do rosto com uma bandeira dos EUA; os episódios de Abu Ghraib; e as terríveis cenas do enforcamento de Saddam Husseim. Isso sem falar em atentados…

Outra coisa sobre a qual se pode especular, mas não prever, é como o futuro narrará os fatos ocorridos durante a Guerra do Iraque. A impressão é a de que a História não será benigna com as ações do império norte-americano.