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O mundo virtual na educação

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Devagar e custosamente a figura do professor vai cedendo lugar a recursos tecnológicos. A frase anterior é desmentida pelos membros de empresas que oferecem tecnologia para a área educacional. Insistem eles que o professor é – sempre foi e será – indispensável. Sem ele, sem o conhecimento que ele transmite e coordena, tudo perde o sentido.

A questão é controversa. Bons professores são de fato indispensáveis. O problema é que o espaço destinado ao professor tem sido invadido por toda sorte de engenhocas eletrônicas que teoricamente o ajudam a ensinar. Esse “teoricamente” precisa ser explicado. Se por um lado é verdade que as novas gerações cada vez mais e precocemente se identificam com o uso de novas tecnologias, o mesmo não acontece com professores. Profissionais dedicados e geralmente imersos num mundo de inúmeras aulas e intermináveis correções os professores raramente dispõem de tempo para inteirar-se sobre os recursos por vezes colocados ao seu alcance. Além disso, há que se lembrar que boa parte dos profissionais mais velhos nem sempre se dão bem com computadores e máquinas que a eles se filiam. Que não se enganem: a informática ainda não é lugar comum na vida de todas as pessoas. Se a internet com comunidades sociais e outras prerrogativas atrai cada vez mais usuários o certo é que nem todos eles estão aptos a utilizar as possibilidades que os sistemas informatizados oferecem. Nasce dai a dicotomia entre a oferta de recursos considerados indispensávis e a falta de capacitação do pessoal que deveria estar apto a utilizá-los.

Mas, o problema não se restringe à falta de tempo ou meios de capacitação. No caso de professores não é incomum a resistência a mudanças num processo de trabalho já solidificado ao longo dos anos. Em outras palavras, adquire-se um modo de ensinar que parece resolver os problemas em classe e é mais fácil de desempenhar. Substituir a prática de sempre e mudar é difícil ainda mais recordando-se que nem sempre esse esforço é compensado financeiramente.

Entretanto, especialistas e entendidos em educação classificam o uso de recursos tecnológicos como fato irreversível. Ficar de fora da voragem de novos recursos representa isolar-se e distanciar-se cada vez mais da realidade cotidiana dos alunos. O ideal é, portanto, aliar à experiência dos professores a utilização de reconhecidos avanços tecnológicos. Dessa combinação deriva um novo perfil de ensino, mais direto, interessante, estimulante e atuante.

Computadores, internet, lousas digitais e, mais recentemente, a introdução de tablets em sala de aula, abrem perspectivas inimagináveis para o ensino. A eles se somam as projeções em 3D, o uso de objetos 3D, aulas a distância, materiais didáticos acompanhados de animações, possibilidades inesgotáveis para pesquisas, laboratórios virtuais, bibliotecas virtuais e muito mais.

Ao que parece esse é um trem que circula em alta velocidade e não há tempo para dúvidas quanto ao embarque. O que se espera é as coisas se componham com inteligência nas escolas. Experiências mal sucedidas, em geral devidas ao desconhecimento e falta de preparo, têm acontecido. Todo mundo sabe do problema enfrentado em escolas públicas nas quais computadores doados pelo Estado repousam sem uso. Profissionais sem treinamento, ausência de software adequado e outros problemas estão por trás de situações como essas.

Ok, são tempos de mudanças. Para terminar uma frase gasta: os tempos mudam, mas o sentimento é o mesmo. Se ela servir a alguém para ajeitar melhor as coisas muito bom, ótimo.