Freud e a interpretação dos sonhos at Blog Ayrton Marcondes

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Nesta noite tive um sonho interessante. Sonhei que estava em férias num lugar desconhecido. Viajava num trem e não sabia em qual estação deveria descer para visitar o Museu Nacional. Tinha nas mãos um mapa que parecia nada me dizer. Pelas janelas via uma cidade bonita e, a tantas, decidi perguntar a uma senhora que se sentava à minha frente sobre a estação que me levaria ao museu. Entretanto, a mulher nada soube me informar de modo que resolvi descer numa estação ao acaso.

Assim que me vi na rua fiquei surpreso com a beleza do lugar. Ao fundo de uma ampla praça erguia-se uma igreja enorme e linda, construída em séculos passados. Ao entrar na praça voltei-me em direção oposta aquela em que ficava a igreja e vi o portal de entrada de um prédio também antigo que se assemelhava, talvez, a uma instituição católica. Curioso, entrei nesse prédio e logo me vi diante de móveis antigos, um deles tendo pertencido a um santo de cujo nome não me lembro. Depois disso acordei.

Vez ou outra sonho com coisas que não fazem parte da minha rotina. Freud dizia que os sonhos são a via mais direta de comunicação com o inconsciente. Eles são, segundo o criador da psicanálise, a interpretação dos desejos. Até hoje não consegui relacionar o significado dos meus sonhos com perdas ou satisfações ocorridas na minha infância. Em todo caso, tenho algum receio de sonhos estranhos. Conheci pessoas que diziam ocorrer a elas sonhos premonitórios como se de algum modo o inconsciente delas se ligasse à ocorrência de fatos futuros. Quando rapazote me aconteceu sonhar com um primo e, ao acordar, receber a notícia de que ele tinha morrido. Coincidência, pura coincidência, mas, em todo caso, coisa estranha.

Conheci um homem que amava muito à mulher dele a qual, infelizmente, veio a falecer. Contou-me ele que o casal tinha uma vida sexual intensa daí o grande sofrimento dele pela ausência da esposa. Pois aconteceu que depois de algum tempo esse homem passar a sonhar com a falecida esposa com a qual experimentava grande prazer em intercursos sexuais. Daí por diante nenhuma tentativa de realizar sexo com outra mulher resultou, para ele, em sucesso. À semelhança com personagens de Poe tornou-se esse homem escravo da falecida em sonhos, sendo impedido de realizar quando acordado qualquer ato de natureza sexual.

Tive contato, ainda, com um companheiro de trabalho que, casado há poucos anos, deu para sonhar que a mulher o traia. Era louco pela mulher e, devido aos sonhos, passou a ter grande ciúme dela. Essa situação agravou-se com o excesso de vigilância à qual ele submeteu a mulher. Instalou-se um clima de desconfiança crescente que se tornou insuportável. Foi assim que o meu companheiro de trabalho perdeu a mulher pela qual era apaixonado. O interessante é que, depois da separação, os sonhos de traição nunca mais aconteceram.

É possível que psicanalistas tenham explicações sobre os casos citados acima, todos de resto tratáveis através de técnicas psicanalíticas. Em todo caso é sempre bom ficar de olho nos desdobramentos dos nossos sonhos cujos significados quase sempre nos escapam.