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O inesperado

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Ninguém sabe o dia em que vai morrer. Pessoas jovens e muito bem de saúde tomam, calmamente, o café da manhã sem que passe pelas suas cabeças que, horas depois, estarão mortas. A morte surpreende mesmo quando é esperada como no caso de doentes terminais.

Certa vez, numa estrada, presenciei um acidente. Era noite e dois carros colidiram violentamente. Tive a sorte de poder parar antes que meu carro viesse a colidir com os outros dois. Parado presenciei cena que grandes atores não conseguiriam desempenhar, mesmo sob o comando de diretores competentes. De repente de um dos carros envolvidos no acidente surgiu um casal que se entregou a um longo abraço, beijando-se. Homem e mulher agradeciam ali a sorte que os premiara com a continuidade da vida. Escaparam ilesos. Comemoravam a vida.

Acidentes acontecem e com vítimas. Inesperadamente. Improváveis parecem acontecer por puro capricho como se coisas inanimadas se revoltassem e passassem a expor suas energias armazenadas.

Foi assim em Beirute. A vida na região do porto da capital libanesa seguia a rotina diária a que os habitantes da cidade estão habituados. Até que algo rompeu, dramaticamente, o equilíbrio de forças disponíveis no lugar. Inesperadamente verificou-se grande explosão, imediatamente seguida por outra de grande magnitude. Tão violenta foi a segunda que teve como consequências a morte de mais de uma centena de pessoas, milhares de feridos e enorme destruição de prédios, automóveis etc. O próprio porto, fundamental para a vida econômica do país foi arrasado. Hoje publica-se que metade de Beirute foi destruída.

As imagens do terrível acontecimento correm o mundo e nos assustam. Não só por perdas humanas e materiais estamos assustados. Perguntas sobre as razões de tamanho acidente pairam sobre as nossas cabeças. Fala-se no armazenamento descuidado de substâncias que, de hora para outra, poderiam causar a grande tragédia a que assistimos.

Em Beirute o inesperado entrou em ação, provocando perdas de muitas vidas e enormes prejuízos a um país que já atravessa difícil momento em relação à economia. Inesperado esse que talvez pudesse ser evitado fato esse ainda mais constrangedor.

É certo que as pessoas que morreram em decorrência da explosão não fariam ideia de que, naquele dia, suas horas de vida estariam contadas. Foram vítimas, talvez, do descaso no controle do armazenamento de substâncias de grande poder explosivo.