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O cara de roupa vermelha

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Aquele cara vestido com roupa vermelha foi goleiro do Flamengo. A cada vez que o acusado da morte de Elisa é nomeado cita-se o fato de que foi goleiro do Flamengo. Na verdade “goleiro do Flamengo” tornou-se sinônimo de “Bruno” que é o nome do cara de vermelho.

Não sei por que os presos usam uniforme vermelho. Deve ser para que possam ser distinguidos das outras pessoas.

O julgamento sobre a morte de Elisa está acontecendo em Minas e recebe cobertura nacional. Diariamente sabemos sobre o que acontece no fórum e assistimos ao estranho desfile de advogados metidos em togas que conferem solenidade a eles. A certa altura um repórter avisa que a troca de advogados por parte dos réus se deveu ao fato de temerem por um júri constituído por nove mulheres e dois homens. Diz-se que mulheres agem mais pela emoção e o que está sendo julgado é o assassinato de uma mulher que tinha um bebê.

Eu não daria importância a esse assunto de vez que a toda hora chegam notícias sobre crimes que acabam de acontecer. São Paulo vive onda de crimes que desafia a polícia e a segurança pública. De modo que o crime ora julgado em Minas seria apenas mais um. Mas, não é. Por quê? Bem, trata-se de morte sem cadáver dado que Elisa despareceu. Um primo do cara de vermelho - já morto - contou que deram fim ao corpo de Elisa sem que sobrassem vestígios dele. Chegou-se a falar em partes do corpo servidas para alimentação de animais.

Mas, dizia, não daria importância a esse crime se alguém não tivesse, ontem, me perguntado: e se o cara de roupa vermelha for inocente?

Confesso que desde o primeiro dia acreditei que o goleiro do Flamengo fosse culpado. É acusado de ser o mandante do crime: não pôs a mão na massa, mas contratou a morte. Mas, e se…?

Os advogados de defesa se batem na tese de que não existe morto sem cadáver, nem assassinato sem vítima. Agora, observe bem o cara de roupa vermelha que jogou no Flamengo. Verifique a postura dele: ele não esconde a cara, professa inocência. Olha para o mundo de frente, passando certeza de que sairá dali inocentando porque de fato é inocente.

Que embrulho! Duvido que existam pessoas que acreditem na inocência do cara de roupa vermelha. Para mim ele é um enigma. Faz-me lembrar do francês, matador de mulheres, a quem foi perguntado, minutos antes de ser guilhotinado, se confessava seus crimes. Existiam montanhas de provas contra ele, mas o assassino respondeu: sou inocente.

Exceto por manobras jurídicas bem executadas o cara de roupa vermelha acabará sendo condenado. Vai dizer até o fim que é inocente. Os detalhes dessa horrível história será que um dia serão esclarecidos?