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Tempo de reformas

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Aguarda-se o resultado das tentativas do governo em convencer parlamentares a votar a aprovação da reforma da previdência. Há um consenso sobre a necessidade da aprovação de vez que o Estado não reúne condições de sustentar o pagamento das aposentadorias do modo em que estão. Por outro lado, a proximidade das eleições gera no meio político receio de consequências nas urnas sobre aqueles que se decidirem a favor da reforma.

Em pauta uma questão de consciência entre deveres em relação ao país e interesses particulares, pelo menos assim a questão vem sendo proposta. Obviamente, existem opiniões contrárias ao processo de reforma, mormente no que diz respeito a direitos do funcionalismo. Partidos de oposição advogam a não aceitação da reforma nos moldes em que está sendo pretendida. Por parte do governo tem havido predisposição a recuos no sentido de atender aos aclamos de grupos que seriam prejudicados com as mudanças a serem adotadas.

Mas, como isso se apresenta ao cidadão comum? Não se ignora que o país atravessa período no qual a escolha dos melhores caminhos em direção ao futuro nem sempre são claros. De todo modo fica a impressão da necessidade das reformas previdenciária e tributária. Não escapa ao cidadão comum a diferença entre tetos de aposentadoria que se mostram muito favoráveis aos que que exercem atividades públicas.

Como se sabe o fim do regime militar, em 1985, ensejou o restabelecimento de liberdades antes sufocadas pela ditadura. Reiniciaram-se as reuniões de grupos, antes dissidentes, agora sob o prisma do restabelecimento da democracia. Creio que terá sido em 1986 ou 1987 que compareci a uma reunião de um desses grupos, levado por um amigo de orientação marxista.

Na ocasião fomos agraciados com a palestra de um economista. Relatou-nos ele sua então recente viagem á Europa na qual fez contato com figuras proeminentes de seu setor. Impressionou-nos sua narrativa de que, na ocasião, via-se a Europa em situação complexa diante do envelhecimento de sua população. As necessidades geradas pelo envelhecimento representavam aos estados europeus custos com os quais não poderiam arcar. Na época esse quadro, ainda sob algum controle, mostrava-se preocupante com o passar do tempo: em futuro não distante não se sabia como ficariam as coisas.

Ainda hoje a dor de cabeça em relação à previdência permanece na Europa. Vários países já optaram pelas reformas previdenciárias. Com a expectativa de vida aumentando parece não haver outro meio de enfrentar o problema.

Naqueles idos dos anos 80 falávamos em um Brasil de população ainda jovem. Entretanto o nosso palestrante já nos advertia que não muito distante no tempo chegaríamos à situação que hoje se nos apresenta. Como enfrentá-la, garantindo a qualidade de vida da população, é o encargo que cabe ao governo e classe política do país.