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E la nave va

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Num país que se agiganta economicamente a regra é gastar. E os brasileiros fizeram muito bem a sua parte viajando ao exterior e desembolsando milhares de verdinhas. Melhor dizendo, milhares não, mas muito mais: segundo o Banco Central em 2011 os brasileiros deixaram em outros países a importância de US$ 21,2 bilhões. É dinheiro pra caramba, concorde-se, resultado da melhora da economia do país e do Real forte.

Bem, há quem não goste, mas é muito interessante comprar, ainda mais quando os produtos adquiridos estão a patamares de 50% ou mais inferiores aos praticados no Brasil. Isso explica a verdadeira multidão que passa pelos aeroportos, grande parte com destino aos EUA, preferencialmente Miami e New York. E voltam contando maravilhas, com as malas cheias de coisas compradas no varejo a preços mais que módicos. Muita gente convive com pessoas que viajaram nos últimos meses e estão a par das novidades em termos de compras, de modo que vai se formando uma corrente de estímulos a respeito dessa maravilha plena de oportunidades.

Então não é a toa que o presidente Barack Obama acaba de declarar que vai fazer de tudo para facilitar a obtenção de visto pelos brasileiros que queiram visitar os EUA. Em Miami os brasileiros mais endinheirados estão adquirindo casas e apartamentos, movimentando o mercado imobiliário estagnado. Dinheiros do quintal da América do Norte movimentando os EUA, quem diria. E olhe que o prefeito de New York está se empenhando para que os brasileiros possam mais facilmente visitar a grande cidade. O comércio norte-americano agradece.

Pois é tudo isso é bonito, legal de saber, que bom que a nossa gente está sendo benvinda por aí a fora com seus bolsos cheios de dólares. Mas, o fato não deixa de causar alguma estranheza, embora seja absolutamente natural, coisa simples de comércio, afinal quem tem dinheiro compra etc. Falo em estranheza porque não faz muito tempo não éramos assim tão bem apreciados no exterior. Havia sempre aquele ranço ligado ao fato do cidadão pertencer a um mundo “de fora” da grandiosidade das potências. Basta lembrar as dificuldades para se conseguir um visto – dizem que ainda vigentes – para que se tenha ideia do tratamento que sempre nos foi distinguido.

Mas, os tempos são outros, são outros os tempos, que bom. Conta-se que em cidades do exterior as lojas já contratam funcionários que falam português para melhor atender aos clientes brasileiros.  É, o novo século começa bem, muito bem para o Brasil e os brasileiros, temos que reconhecer.

E la nave va.